Autora defende a legalização da prostituição para reduzir estupros e crimes sexuais
Tese gerou controvérsia na Inglaterra, afirmando que o desejo sexual do homem é maior
Internacional|Do R7
Uma tese polêmica virou assunto na Inglaterra. O Instituto de Assuntos Econômicos (IEA) publicou um documento defendendo a legalização da prostituição no país.
Segundo o texto, as atuais leis relativas ao tema devem ser reestruturadas, com a descriminalização do comércio de sexo. As informações são do The Telegraph.
A socióloga francesa, Catherine Hakim, assina o estudo, que tem como base a tese de que, devido ao fortalecimento do feminismo, "os homens modernos ficaram sedentos de sexo" e precisam das prostitutas para aliviar o desejo.
Segundo ela, já que as mulheres ganharam mais poder, e maior poder de decisão em relação à vida sexual, é "inevitável" que os homens busquem mais pagar pelo sexo. O desejo masculino precisa da prostituição, segundo o pensamento da autora.
Na opinião de Catherine, a legalização iria reduzir a incidência de estupros e crimes sexuais contra as mulheres e que a vinculação que se faz entre a prostituição e o tráfico humano é exagerada.
Anteriormente, Catherine já havia chamado a atenção da opinião pública com um livro defendendo casos extra-conjugais, em que compara maridos e esposas fieis a "animais enjaulados" e que, segundo ela, o ser humano deve ser livre para explorar o seu "lado selvagem" sem a ameaça do divórcio.
Para a socióloga, o desejo sexual masculino no século 21 vem aumentando e supera de maneira intensa a oferta de relações não-comerciais com mulheres.
— O desejo sexual do homem se manifesta pelo menos duas vezes mais do que o desejo feminino, e os homens gostariam de ter relações sexuais duas vezes mais do que as mulheres.
Ela também destaca o crescimento da indústria do sexo no século 21 como um fator que contribui para o aumento do desejo masculino.
A tese de Catherine foi altamente rejeitada por ativistas que combatem a violência de gênero. Eles consideraram o relatório "assustadoramente unilateral", afirmando que os argumentos relativos às diferenças entre os sexos são "risíveis".
Sarah Green, diretora interina da entidade Aliança pelo fim da violência contra a mulher (Violence Against Women Coalition End Coalition), contesta a opinião de Cahterine.
— O relatório argumenta que é difícil e dispendioso impor a criminalização da prostituição, mas, em seguida, afirma que a descriminalização irá reduzir o dano às mulheres - quando isso não é exatamente a mesma coisa.
Ela não acredita também na ideia de "deficit sexual" do homem, afirmando que o estudo foi uma oportunidade perdida para se abordar causas estruturais da prostituição, tratar da desigualdade e de outros temas importantes, inclusive a violência contra as mulheres.
Fúria covarde: mulheres são alvo de violência no mundo inteiro
— Uma adolescente contemporânea poderia explicar para a autora como e por que os homens fazem maiores reivindicações sobre os seus interesses e experiências sexuais e menosprezam as reivindicações e os sentimentos das mulheres.
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