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Belarus condena oposicionista ao governo a 11 anos de prisão

Maria Kolesnikova liderou os grandes protestos contra o presidente Alexander Lukashenko em 2020

Internacional|Do R7

Tribunal avalia que Maria Kolesnikova atentou contra a segurança nacional
Tribunal avalia que Maria Kolesnikova atentou contra a segurança nacional Tribunal avalia que Maria Kolesnikova atentou contra a segurança nacional

Um tribunal de Belarus condenou uma das principais figuras da oposição do país, Maria Kolesnikova, que liderou os grandes protestos contra o presidente Alexander Lukashenko em 2020, a 11 anos de prisão por considerá-la culpada de atentar contra a segurança nacional.

Tanto ela como seu advogado, Maxim Znak, também condenado a 10 anos de prisão, foram acusados de conspirar para tomar o poder e de convocar ações que atentavam contra a segurança nacional.

As sentenças foram anunciadas pela equipe de Viktor Babaryko, outro opositor detido para quem Kolesnikova havia trabalhado. Os dois dissidentes estavam detidos há 11 meses e no início de agosto começaram a ser julgados em um processo a portas fechadas, sobre o qual poucas informações foram divulgadas.

Kolesnikova, 39 anos, era uma das três mulheres à frente do movimento de protesto contra Lukashenko, ao lado de Svetlana Tikhanovskaya, candidata que disputou a presidência, e de Veronika Tsepkalo.

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Segundo imagens divulgadas antes do veredicto por algumas contas no aplicativo Telegram, Kolesnikova, de cabelo curto e batom vermelho, apareceu sorrindo na sala de audiências, trancada em uma gaiola de vidro ao lado de Znak.

Embora algemada, ela fez um coração com as mãos, um dos símbolos do movimento nascido em agosto de 2020 contra a reeleição fraudulenta de Lukashenko, no poder desde 1994.

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O regime reprimiu com violência o movimento histórico, com milhares de detenções, exílios forçados e o fechamento de organizações políticas, meios de comunicação e ONGs.

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No Twitter, a ex-candidata presidencial Tikhanovskaya pediu "a libertação imediata de Maria e Maxim". "Trata-se de aterrorizar os bielorrussos que se opõem ao regime", denunciou.

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Kolesnikova foi presa em setembro após resistir a uma tentativa das autoridades de expulsá-la de seu próprio país. Segundo seus parentes, os serviços especiais bielorrussos (KGB) a sequestraram e, com um saco na cabeça, tentaram levá-la até a fronteira com a Ucrânia. 

Sem querer deixar seu país à força, ela pulou de uma janela e rasgou seu passaporte, o que a levou à prisão. Kolesnikova e Znak trabalharam para Viktor Babaryko, rival do presidente bielorrusso e que foi recentemente condenado a 14 anos de prisão por fraude, num processo denunciado como perseguição política.

Eles também fizeram parte do conselho de coordenação criado pela oposição após as eleições de agosto de 2020 para organizar uma transição pacífica de poder.

O ministério das Relações Exteriores alemão "condenou o veredicto injustificado" e criticou a "instrumentalização do sistema judicial para a repressão política", segundo uma porta-voz. 

A UE (União Europeia) denunciou o "desprezo flagrante" de Minsk pelos direitos Humanos. Os países ocidentais adotaram inúmeras sanções contra o regime bielorrusso, que, por outro lado, conta com o apoio de Moscou.

O presidente Lukashenko deve ser recebido novamente esta semana pelo presidente russo, Vladimir Putin, para dar continuidade ao trabalho iniciado há meses para fortalecer a integração econômica e política dos dois países.

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