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Benjamin Netanyahu disputa sua terceira reeleição obcecado com o Irã

Eleições ocorrerão na próxima terça (17) e sua campanha foi baseada na política do medo

Internacional|

Bibi é conhecido por articular alianças surpreendentes em Israel
Bibi é conhecido por articular alianças surpreendentes em Israel Bibi é conhecido por articular alianças surpreendentes em Israel

Benjamin Netanyahu tentará na próxima terça-feira se manter no cargo de primeiro-ministro de Israel com uma terceira reeleição - sua segunda consecutiva - instigando o eleitorado com sua tradicional "política do medo", em cujo centro está o programa nuclear iraniano.

"A pergunta nestas eleições é quem defenderá melhor os interesses de segurança de Israel", repetem como papagaios os dirigentes do partido conservador Likud, ao serem perguntados sobre a natureza do pleito que acontece apenas 25 meses depois do último.

Conhecido por sua habilidade de articular as mais surpreendentes alianças e sair de intrincados labirintos, Netanyahu fez da ameaça iraniana sua bandeira política, e na legislatura que conclui não desperdiçou a oportunidade de mencioná-la em quase os todos os seus pronunciamentos.

"O maior patrocinador do terrorismo internacional pode estar a poucas semanas de ter urânio enriquecido suficiente para um arsenal inteiro de armas nucleares, e isso com plena legitimidade internacional", afirmou no dia 3 de março no Congresso dos EUA. 

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"Por isso este acordo é tão ruim: não impede o caminho do Irã para a bomba, mas pavimenta o caminho do Irã para a bomba", disse em seu polêmico discurso, que o colocou em rota de colisão, mais uma vez, com o governo de Obama, que atualmente negocia um acordo com Teerã.

Aos 65 anos e casado pela terceira vez, agora com Sarah, com quem tem dois de seus três filhos, o primeiro-ministro israelense considera "ruim" e "perigoso" qualquer acordo que não impeça completamente o enriquecimento de urânio, porque deixaria o Irã muito próximo da bomba nuclear.

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Um argumento com o qual os principais órgãos de segurança de Israel discordam, entre eles alguns que consideram que Teerã sequer tomou a decisão estratégica de adquirir essa arma de destruição em massa. Com a oposição dessas organizações e do governo dos EUA, parece que Netanyahu, popularmente conhecido pelo apelido de "Bibi", abandonou nesta campanha a opção militar da qual tanto falou até 2013.

Há meses, limita-se a propagar entre o eleitorado uma "política do medo" como contrapeso às conciliadoras teses de seus rivais do trabalhismo e do centro, Isaac Herzog e Tzipi Livni, que defendem a confiança em seu principal aliado, os EUA. Muito longe em sua escala de prioridades, o chefe do governo israelense parece ter abandonado a aspiração de chegar a um acordo com os palestinos, pelo menos enquanto o Estado Islâmico estiver próximo da fronteira de Israel.

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Esse conflito, que em 2014 voltou a desembocar em uma guerra na Faixa de Gaza, gerou severas críticas a Israel, que se vê cada vez mais isolado diante do crescente reconhecimento internacional do Estado palestino, dos pedidos de boicote e da rejeição a sua política de assentamentos.

'Bibi' e Obama, um casamento de conveniência

Mesmo assim, as pesquisas indicam que Netanyahu, o político israelense há mais tempo à frente do governo nacional, continua sendo o candidato com mais chances de formar governo mais uma vez. Seu primeiro mandato, entre 1996 e 1999, foi caracterizado por uma gestão pouco feliz que acabou interrompida por casos de corrupção que nunca chegaram a julgamento.

Nos últimos seis anos, Netanyahu tornou-se um líder indiscutível, marcado pelas decisões a curto prazo e um espírito quase messiânico na hora de defender Israel, algo que herdou de seu pai, o conhecido historiador Ben Sion Netanyahu.

Foi ele quem, por razões acadêmicas, levou a família aos EUA, onde o jovem Netanyahu fez estudos universitários em arquitetura e administração de empresas, no MIT, e ciência política, em Harvard. Sua carreira política só começaria em 1982, como número 2 da missão diplomática de Israel nos EUA, de onde passou a ser embaixador na ONU graças a seu excepcional domínio da comunicação.

Em 1988, ele voltou a Israel e, em uma ascensão meteórica, se tornou, aos 46 anos, o primeiro-ministro mais jovem da história política do país. Com a interrupção de seu primeiro mandato, ele se afastou da política para se dedicar aos negócios e dar palestras, retornando no final de 2002 como ministro das Relações Exteriores e, em seguida, das Finanças no governo de Ariel Sharon, com quem rompeu por causa da retirada de Gaza em 2005.

Quando Sharon entrou em coma após um derrame cerebral e seu sucessor, Olmert, teve que renunciar por vários casos de corrupção, as portas da chefia do governo se abriram novamente para "Bibi" em 2009, no comando do Likud. Desde então, não deixou mais o cargo. 

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