Bombeiros resgatam 3 crianças de hotel soterrado na Itália
Especialistas afirmam que País pode sofrer novos terremotos ainda mais fortes em breve
Internacional|Da Ansa Brasil
O Corpo de Bombeiros da Itália resgatou mais três crianças no hotel Rigopiano, em Farindola, no centro da Itália. Segundo os oficiais, elas faziam parte do grupo encontrado no meio da tarde desta sexta-feira (20). Na última quarta-feira (18), uma avalanche destruiu o hotel deixando pelo menos quatro mortos e dezenas de desaparecidos.
O INGV (Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia), órgão responsável pela medição oficial de terremotos na Itália, não descarta a hipótese de novos tremores iguais ou mais fortes que os da última quarta-feira (18), que tiveram magnitudes superiores a 5.0 na escala Richter.
No entanto, segundo o presidente do órgão, Carlo Doglioni, é impossível prever quando os novos sismos ocorrerão.
— Não sabemos quanta energia ainda falta para ser liberada, porém é mais do que legítimo dizer que não podemos excluir um evento mais importante, embora não seja possível falar quando.
O País está localizado sobre as placas tectônicas africana e euroasiática, que se chocam constantemente. Além disso, a primeira se move cerca de dois centímetros por ano rumo ao norte, movimentando a cordilheira dos Apeninos, espécie de "espinha dorsal" que corta a Península Itálica.
Causada por terremoto?
A avalanche que destruiu o hotel pode não ter sido causada pela série de terremotos que atingiu o País. A afirmação é de Valerio Segor, dirigente do Serviço Hidrogeológico de Vale d'Aosta -, região montanhosa situada no extremo-norte da Itália e que convive com constantes deslizamentos de neve.
— É muito improvável que a causa da avalanche tenha sido o terremoto. Diferentemente de deslizamentos, as avalanches têm um gatilho imediato, e os tremores ocorreram antes da queda da massa de neve.
Além disso, ele questionou a construção de um hotel em uma área tão sujeita a desastres naturais desse tipo. O Rigopiano fica no maciço de Gran Sasso, na região de Abruzzo, em plena cordilheira dos Apeninos, que corta o País no sentido norte-sul.
— Não é normal construir um resort na desembocadura de um desfiladeiro, ainda que seja preciso fazer mais avaliações. Em certas zonas de risco, é preciso ter medidas como eventuais obras contra avalanches e procedimentos de evacuação.
Há relatos de que os hóspedes do Rigopiano já haviam feito checkout para ir embora, mas não conseguiram deixar o hotel a tempo devido a um atraso no envio de um caminhão limpa-neve que desobstruiria a estrada.
O estabelecimento tinha recebido um alerta de avalanche emitido pelo serviço nacional de prevenção contra deslizamentos de neve e que apontava risco de nível 4 na zona do maciço de Gran Sasso - o máximo é 5.