Brasileira teria recebido mesada do ex-premiê italiano Silvio Berlusconi
Segundo inquérito, contribuições eram de R$ 8 mil (2,5 mil euros) mensais
Internacional|Ansa
O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi teria dado "bonificações sistemáticas e mensais" de R$ 8 mil (2,5 mil euros) a 10 garotas que frequentavam as festas em suas mansões, incluindo a brasileira Miriam Marcondes.
A acusação integra os autos da investigação "Ruby ter", que apura suspeitas de corrupção em atos judiciários durante o processo "Ruby", no qual o ex-premier foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder.
O fato foi revelado em depoimento feito em 20 de fevereiro pelo contador Giuseppe Spinelli, homem de confiança de Berlusconi e responsável pelos pagamentos às jovens que visitavam a casa do ex-primeiro-ministro.
A lista apresentada por ele tem os seguintes nomes: Tiziana Buldini, Carolina Campioli, Maria Letizia Cioffi, Valeria Cramerotti, Erika Marcato, Kulyte Rasa, Cristina Ravot, Mariana Yushchak e Maria Grazia Veroni, além de Miriam Marcondes.
Berlusconi gastou quase R$ 2 milhões por ano com mulheres
Berlusconi diz que pagou para mulheres que iam a suas festas por "altruísmo"
Em 2011, a carioca foi acusada de organizar orgias na casa do ex-primeiro-ministro em Roma, apelidadas de "bunga-bunga".
O inquérito "Ruby ter" investiga Berlusconi, pessoas próximas a ele e muitas das garotas que frequentavam suas festas, mas nenhuma das citadas acima.
As apurações também já revelaram que o líder conservador gastara 2,15 milhões de euros com mulheres entre 2010 e 2014, mas o número não contabiliza os R$ 8 mil ( 2,5 mil euros) mensais pagos a essas 10 garotas.
Além disso, interceptações telefônicas mostram Berlusconi contando a Gianpaolo Tarantini, acusado de agenciar prostitutas para suas festas, que teria para uma determinada noite a companhia de uma "criança" brasileira de 21 anos, mas sem dizer seu nome.
Na época em que estourou o escândalo do "bunga-bunga", em 2011, um inquérito apontou que Iris Berardi, originária do Brasil, teria participado do "bunga-bunga" quando ainda era menor de idade.
O objetivo do processo "Ruby ter" é descobrir se os pagamentos feitos por Berlusconi tinham como objetivo evitar que as mulheres não contassem detalhes das noitadas em suas mansões no caso "Ruby".
Este último foi encerrado no dia 10 de março, quando a Corte de Cassação de Roma absolveu o ex-primeiro-ministro dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder, pelos quais havia sido condenado em primeira instância a sete anos de prisão.
Ele era acusado de manter relações sexuais em troca de pagamento com a marroquina Karima el Mahroug, mais conhecida como Ruby, quando ela não tinha completado 18 anos. No entanto, a Justiça entendeu que o ex-premier não sabia que a jovem era menor de idade.
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