Camaroneses dizem que Boko Haram está forçando meninos a pegar em armas como soldados do grupo
Radicais islâmicos foram responsáveis pelo sequestro de mais de 200 nigerianas em abril
Internacional|Do R7
Moradores de Camarões, que vivem próximos à fronteira com a Nigéria, estão vivendo com medo de que membros do grupo islâmico radical Boko Haram ataquem suas casas para sequestrar meninos e obrigá-los a se juntar ao grupo.
Alex Crawford, um correspondente da rede Sky News, ouviu o relato de moradores do norte de Camarões que afirmaram que aldeias inteiras foram esvaziadas e as escolas incendiadas em ataques do Boko Haram.
Os combatentes fizeram incursões, ainda segundo os camaroneses, para sequestrar jovens do sexo masculino e forçá-los a pegar em armas como soldados do grupo, de acordo com informações do tabloide britânico Daily Mail.
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Um menino contou que foi confrontado pelos militantes enquanto trabalhava nos campos da região. Apesar de a situação ter ficado tensa após ele recusar o convite de se juntar ao Boko Haram, o menino diz que conseguiu fugir.
O governo da Nigéria acusou Camarões de não conseguir deter a presença do grupo em seu território, que seria usado como escape pelos radicais. Mas o porta-voz do Ministério da Defesa de Camarões, o tenente-coronel Badjeck, rejeitou a acusação.
— Eles não estão em Camarões. Por que nós permitiríamos isso? Isso seria ruim para os Camarões.
O Boko Haram chamou a atenção do mundo no dia 14 de abril, quando membros do grupo invadiram uma escola internato em Chibok, uma pequena cidade localizada no Estado de Borno, no noroeste da Nigéria.
Mais de 200 jovens, a maioria entre 16 e 18 anos, foram sequestradas do local pelos homens armados e levadas em direção à floresta de Sambisa, uma mata densa e de difícil acesso.
O Boko Haram luta para derrubar o atual governo nigeriano e criar um Estado islâmico. Além de sequestros, ele também realiza, desde sua fundação no norte do país em 2002, atentados e assassinatos.
Seus integrantes pregam uma interpretação do Corão que proíbe que os muçulmanos tomem parte em qualquer atividade política ou social relacionada com a sociedade ocidental, inclusive o estudo em escolas não islâmicas.