Charlie Hebdo vence prêmio de liberdade de expressão
Evento ocorreu em NY sob forte esquema de segurança
Internacional|Da Ansa
Com um forte esquema de segurança, o jornal satírico francês Charlie Hebdo ganhou na terça-feira (5) o prêmio PEN de liberdade de expressão, em uma cerimônia em Nova York, nos Estados Unidos.
O editor-chefe Gérard Biard e o crítico ensaísta Jean-Baptiste Thoret receberma o prêmio e foram ovacionados de pé, apesar de controvérsias e críticas sobre a publicação ser merecedora ou não da estatueta.
Diversos editores cancelaram a participação no evento por acreditarem que o Charlie Hebdo ofende os muçulmanos.
Charlie Hebdo será homenageado em Nova York sob forte esquema de segurança
Há mais de 20 anos, capas e charges controversas do Charlie Hebdo causam revolta
O evento, com mesas a US$ 1.250 e trajes de gala, ocorreu no Museu de História Nacional a apenas três dias de um ataque no Texas contra uma mostra de charges do profeta Maomé.
Em janeiro, o Charlie Hebdo foi alvo de um ataque que provocou um massacre de 12 pessoas. Dois homens armados, os irmãos Said e Chérif Kouachi, invadiram a sede do jornal alegando que a publicação violava as leis do Islã ao fazer sátiras com Maomé.
"O Charlie não é o Texas. Não criticamos uma religião em particular", disse Thoret à ANSA. "O medo é a arma mais potente que pode existir. Estarmos aqui hoje é a melhor maneira de desarmarmos [os extremistas]", afirmou, por sua vez, Biard.
"O secularismo não é inimigo da religião, mas uma proteção da liberdade de consciência", ressaltou.