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Com muito serviço e pouco descanso, mais de 52 milhões de pessoas trabalham como domésticos no mundo

Relatório da OIT mostra que milhões de domésticos continuam sem proteção trabalhista

Internacional|Do R7

Pelo menos 52 milhões de pessoas no mundo — a maioria mulheres — estão empregadas como trabalhadores domésticos, de acordo com o primeiro estudo deste tipo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta quarta-feira (9).

Desse total de 52,6 milhões de trabalhadores, 83% são mulheres, ou mais de 43 milhões de pessoas, o que representa 3,5% dos empregos das mulheres em todo o mundo. Em algumas regiões, a porcentagem é bem maior, sobretudo na Ásia, Pacífico, América Latina e Caribe, onde as cifras podem chegar a 20%.

Entre 1995 e 2010, houve um aumento de mais de 19 milhões de trabalhadores domésticos, muitos deles formados por migrantes que viajam para outros países em busca de serviço.

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Mulheres se arriscam como domésticas nos EUA

Segundo a OIT, o número real de trabalhadores domésticos deve ser maior do que o apontado no relatório. A OIT não informa um número no relatório, mas, segundo a Rede Internacional de Trabalhadores Domésticos (IDWN), a quantidade pode chegar a até 100 milhões de pessoas.


Os números também deixam de fora as crianças trabalhadoras domésticas menores de 15 anos, que não estão incluídas nas pesquisas utilizadas pelo relatório. Em 2008, o número deste grupo foi estimado pela OIT em 4,7 milhões.

Segundo a Subdiretora Geral da OIT, Sandra Polaski, os trabalhadores domésticos trabalham, em geral, mais horas que outros trabalhadores, e é comum que eles não tenham os mesmos direitos ao descanso semanal que outros trabalhadores.


— Junto à falta de direitos, a dependência extrema de um empregador e a natureza isolada e desprotegida do trabalho doméstico podem torná-los vulneráveis à exploração e ao abuso.

O relatório da OIT mostra que 29,9% dos domésticos estão fora das leis de proteção trabalhistas em seus países. Além disso, 45% não têm direito a período de descanso semanal ou férias anuais remuneradas.

Segundo as Nações Unidas, é considerado um trabalhador doméstico toda pessoas que exercer funções de jardinagem, limpeza e serviços gerais, além de babás e cuidadores.

O Relatório Trabalhadores domésticos no mundo é divulgado depois da adoção, em junho de 2011, de uma nova Convenção e Recomendação da OII sobre trabalho doméstico. Estas novas normas internacionais têm o objetivo de garantir condições de trabalho e remuneração decente para os trabalhadores domésticos em todo o mundo.

Até o momento, a Convenção foi ratificada por três países. Outros três países completaram os procedimentos nacionais de ratificação e muitos outros já deram início a este processo.

Segundo a OIT, a falta de proteção legal aumenta vulnerabilidade dos trabalhadores domésticos e faz com que seja difícil para eles buscar uma solução. Como resultado, frequentemente recebem salários inferiores a de outros trabalhadores em ocupações e horas de trabalho comparáveis.

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