A Rússia pode adotar a medida provocadora de iniciar os julgamentos de soldados ucranianos, no momento em que a Ucrânia se prepara para celebrar o 31º aniversário de sua independência, advertiu o presidente Volodmir Zelenski.
O chefe de Estado citou informações da imprensa de que a Rússia se prepara para julgar os combatentes ucranianos capturados durante a tomada do porto de Mariupol, no sul do país, na próxima quarta-feira (24), aniversário da independência.
O dia 24 de agosto também marcará os seis meses da invasão da Rússia ao país, uma guerra devastadora que já provocou milhares de mortes.
"Se este julgamento desprezível acontecer, se nosso povo for levado a esses cenários de violação a todos os acordos, todas as regras internacionais, haverá abusos", afirmou Zelenski.
"Esta será a linha a partir da qual não haverá negociação possível", acrescentou.
Zelenski já havia alertado no sábado que a "Rússia poderia se esforçar para fazer algo particularmente repugnante e cruel".
O presidente destacou que um dos "objetivos-chave do inimigo" é humilhar o povo ucraniano e "gerar depressão, medo e conflito".
"Devemos ser fortes o suficiente para resistir a qualquer provocação" e "fazer os ocupantes pagarem por seu terror", acrescentou.
Um assessor da presidência, Mikhaylo Podoliak, alertou, por sua vez, que a Rússia pode intensificar os bombardeios nos dias 23 e 24 de agosto.
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"A Rússia é um Estado arcaico que vincula suas ações a certas datas, é uma espécie de obsessão. Eles nos odeiam e vão tentar aumentar o número de bombardeios de nossas cidades, incluindo Kiev, com mísseis de cruzeiro", disse ele, citado pela agência Interfax-Ucrânia.
Diante dos temores, as autoridades de Kiev anunciaram a proibição de qualquer manifestação pública de 22 a 25 de agosto na capital.
No sábado, o governador da região de Kharkiv (centro-leste) anunciou um longo toque de recolher de 23 a 25 de agosto.
"Vamos ser o mais vigilante possível durante o feriado de nossa independência", argumentou o governador Oleg Synegubov no Telegram.
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A guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro com a invasão russa, levou a milhares de mortos e feridos, além de milhões de refugiados. O caos do conflito fez com que problemas sociais ucranianos fossem potencializados, causando à sociedade civil do país sofrimento com a falta de itens básicos. O Ocidente, por sua vez, enviou bilhões de reais em ajuda humanitária para o povo do Leste Europeu como prova de suporte a Kiev durante o confronto. Nesta galeria, o R7 mostra os sete países que enviaram as maiores quantias em ajuda humanitária à Ucrânia