Desde o fim da Guerra Fria, republicanos lideraram mais vezes o Congresso do que democratas
Assim como com Trump e Obama, partido de Joe Biden não terá o controle total do Legislativo após as eleições de meio de mandato
Internacional|Do R7
No total, entre 1944 e 2022, os democratas estiveram à frente do Legislativo mais vezes que os republicanos. Desde 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial e durante o mandato presidencial de Harry Truman, o Partido Democrata liderou o Senado 26 vezes e a Câmara de Representantes 27, enquanto o Partido Republicano comandou em 14 oportunidades a Câmara e dominou o Senado 13 vezes.
Entretanto, a partir do fim da Guerra Fria, nos anos 1990, e do período após os atentados de 11 de setembro de 2001 e a invasão ao Afeganistão, os republicanos estiveram à frente do Congresso dos Estados Unidos até 2006.
As eleições de meio de mandato dos Estados Unidos acontecem a cada dois anos após cada eleição presidencial. A disputa dos 435 assentos na Câmara de Representantes tem um impacto decisivo na política americana e define os rumos dos últimos anos do governo.
No pleito deste ano, realizado em 8 de novembro, o Partido Republicano conquistou o controle da Câmara com pelo menos 218 das 435 cadeiras da casa, enquanto o Partido Democrata de Biden conseguiu manter o controle do Senado.
Reflexo na próxima eleição
Joe Biden e os dois últimos presidentes americanos, Barack Obama e Donald Trump, enfrentaram a vitória do partido de oposição no Congresso após as eleições de meio de mandato.
Apesar da pequena maioria na Câmara dos Representantes depois de não alcançarem a esperada "onda vermelha" nas eleições de meio de mandato, o Partido Republicano pretende usar essa vantagem para iniciar investigações parlamentares contra o governo Biden e seus associados e ainda colocar em votação temas de maior interesse.
Sem o Senado, a oposição republicana não poderá aprovar leis contrárias aos interesses do governo democrata, nem bloquear nomeações de juízes, embaixadores e funcionários do governo.
O resultado das urnas na disputa pelo Legislativo americano indica um possível cenário da eleição para presidente que é realizada dois anos depois. O desempenho fora do esperado dos republicanos mostrou que o próximo candidato democrata não sai para campanha em desvantagem, ainda que um nome não tenha sido definido.
Do lado republicano, Trump antecipou o envio às autoridades eleitorais americanas a documentação para sua pré-candidatura às eleições de 2024. Porém, o bilionário não conseguiu atrair votos para os políticos que apoiou e viu o rival Ron DeSantis ser reeleito para governar a Flórida com 60% dos votos.
Essa falta de prestígio de Trump e o bom desempenho de DeSantis sinalizam como devem ser as prévias do partido.