Diálogo avança e acordo para unificar administração palestina fica mais perto
O partido nacionalista palestino Fatah e o islamita Hamas podem em breve se reconciliar
Internacional|Do R7
O partido nacionalista palestino Fatah e o islamita Hamas podem anunciar nesta quinta-feira (25), no Cairo, um acordo definitivo para unificar a administração palestina em Gaza e na Cisjordânia sob o comando único do governo de reconciliação nacional.
Fontes de ambos os movimentos disseram à Agência Efe que esperam poder comunicar um acordo global ao longo do dia, já que firmaram pactos sobre temas polêmicos durante as reuniões que começaram quarta-feira na capital egípcia.
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"Algumas questões ainda precisam de mais diálogo, mas no geral há um grande consenso e hoje (quinta-feira) mesmo acordaremos os temas pendentes", afirmou um representante palestino presente nas reuniões.
Há um acordo para que o governo de consenso nacional possa trabalhar em Gaza sem obstáculos na gestão dos ministérios, as passagens fronteiriças, nas questões de segurança, e os temas relativos à cidadania na região, acrescentou.
A fonte também informou sobre a existência de um programa político baseado no documento de reconciliação nacional de 2006, que prevê a criação de um Estado palestino independente, com as fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Oriental.
Ao longo do dia serão debatidos os temas pendentes, como a questão do salário dos empregados contratados depois da divisão entre Gaza e Cisjordânia.
Um dirigente do Hamas, Izzat al Rishq, declarou aos jornalistas que há "um clima positivo" nos encontros com o Fatah, com mediação do Egito.
Ele se negou a dar detalhes sobre os avanços alcançados entre ambas as partes, mas revelou que espera um acordo nesta quinta-feira.
Fathi Mohammed Khatab, um diplomata palestino no Cairo, garantiu à Efe que o diálogo está sendo "produtivo" e antecipou que as reuniões deverão ser retomadas em outubro.
A disputa entre as duas facções vem desde junho de 2007, quando os islamitas assumiram o controle da faixa de Gaza depois que expulsaram as forças leais ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, o que originou dois governos palestinos: um do Hamas em Gaza e outro da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na Cisjordânia.