EUA apresenta no G7 nova estratégia para a Coreia do Norte
Objetivo é alcançar amplo acordo para acabar oficialmente com Guerra da Coreia, que persiste mesmo após sete décadas
Internacional|Da AFP
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, abriu nesta segunda-feira (3) em Londres a primeira reunião presencial de ministros das Relações Exteriores do G7 desde o início da pandemia e apresentou a estratégia do governo Joe Biden para a Coreia do Norte, que já foi criticada por Pyongyang.
Com a covid-19 devastando países como a Índia, mas em um momento de boas perspectivas para os países ocidentais, o Reino Unido recebe os chefes da diplomacia do clube dos países mais ricos do mundo com o objetivo de preparar a saída da pandemia e a reunião de cúpula do G7, prevista para junho na Inglaterra.
Índia, Coreia do Sul, África do Sul e Brunei, que preside a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), foram convidados para as conversações de três dias, que também devem abordar as tensões crescentes com Rússia e China, assim como as negociações para reativar o acordo nuclear com o Irã.
Com rígidas medida anticovid, Antony Blinken se reuniu de maneira separada no hotel com os chefes da diplomacia do Japão e da Coreia do Sul, poucos dias depois de Joe Biden revisar a política americana para a Coreia do Norte.
"Estamos muito agradecidos por ter esta oportunidade de manter conversações profundas com os Estados Unidos", disse o chanceler sul-coreano, Chung Eui-yong, que elogiou a "mensagem muito positiva e aberta" de Joe Biden ao Congresso na semana passada.
O presidente dos Estados Unidos disse que utilizaria "a diplomacia, assim como a dissuasão severa" para conter as ambições nucleares de Pyongyang.
O Departamento de Estado americano informou que Blinken e seu colega japonês Toshimitsu Motegi "compartilharam sua preocupação com o programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte" durante a reunião.
Eles concordaram em trabalhar juntos para avançar na "desnuclearização da península coreana", segundo o comunicado.
Via intermediária
O presidente Biden pediu uma revisão da política para a Coreia do Norte, depois da abordagem altamente personalizada de seu antecessor, Donald Trump, e suas três reuniões de grande impacto na imprensa com Kim Jong Un.
O objetivo é buscar uma área de senso comum e se afastar da ambiciosa, mas infrutífera, tentativa de Trump de alcançar um amplo acordo para acabar de forma oficial a Guerra da Coreia após sete décadas.
Mas a Casa Branca também deseja conversar com a Coreia do Norte, uma mudança a respeito da política de "paciência estratégica" do ex-presidente Barack Obama, que consistia em manter Pyongyang sob controle até que uma mudança de comportamento.
A Coreia do Norte acusou no domingo o presidente americano Biden de executar uma política hostil, que está em vigor há meio século.
"A suposta diplomacia americana é um indicador espúrio para acobertar seus atos hostis e a dissuasão anunciada é um meio de submeter a RPDC a ameaças nucleares", afirmou Kwon Jung Gun, funcionário do ministério norte-coreano das Relações Exteriores, utilizando o nome oficial da Coreia do Norte.
Washington espera uma resposta do governo de Pyongyang, conhecido por sua retórica exagerada, como quando em 2019 chamou Biden de "cão raivoso" que "deve ser agredido até a morte com um pedaço de pau".
Ao lado do Irã, a Coreia do Norte está na agenda de discussões do jantar de abertura do encontro.
Depois do encontro do G7, que prossegue em Londres até quarta-feira, o secretário de Estado americano viajará a a Kiev para expressar o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia, após a mobilização de tropas russas na fronteira, em um momento de tensão com Moscou.