Doze membros da missão diplomática da Rússia na ONU receberam nesta segunda-feira (28) ordens para deixar os Estados Unidos até 7 de março. Eles foram descritos pela porta-voz da missão americana como "agentes de inteligência".
O embaixador da Rússia na organização, Vassily Nebenzia, disse a repórteres em uma coletiva de imprensa na sede da ONU em Nova York que tinha acabado de ser informado sobre a expulsão.
Em um comunicado, a porta-voz da missão dos EUA na ONU confirmou a informação.
"Estamos iniciando o processo de expulsão de 12 agentes de inteligência da missão russa que abusaram" de seu status diplomático nos Estados Unidos "envolvendo-se em atividades de espionagem contrárias à nossa segurança nacional", afirmou.
Em reação, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoli Antonov, denunciou na noite desta segunda como "hostil" a decisão do governo americano.
Este é um ato "hostil contra nosso país", declarou Antonov em um comunicado publicado no Facebook, em que afirma que a medida causou "profunda decepção" e "rejeição absoluta" em Moscou.
"O governo dos Estados Unidos novamente violou suas obrigações de garantir condições normais para a operação de missões estrangeiras na ONU. Os diplomatas russos foram novamente golpeados", lamentou.
"Os atos de Washington não buscam amenizar a situação no cenário internacional nem manter o nível necessário de relações bilaterais entre duas grandes potências que têm uma responsabilidade particular pela paz e segurança internacionais", acrescentou Antonov.
Anteriormente, o embaixador adjunto dos EUA nas Nações Unidas, Richard Mills, disse em uma reunião do Conselho de Segurança sobre o conflito na Ucrânia que a expulsão desses diplomatas se devia a "atividades que não correspondem" à sua posição.
Mills pediu ao embaixador russo que se concentrasse no objetivo da reunião, que era abordar as consequências humanitárias da invasão russa.
A missão russa na ONU conta com cerca de 100 pessoas, de acordo com uma fonte diplomática russa.
![Anastasiia Lenna, Miss Ucrânia 2015, decidiu se voluntariar ao lado de várias outras pessoas de seu país para lutar contra o avanço das tropas russas no território ucraniano. "Eu não sou um militar, sou apenas uma mulher, apenas um humano normal. [...] Todas as fotos do meu perfil são para inspirar as pessoas", escreveu Lenna em uma de suas publicações no Instagram, pedindo a seus seguidores que ajudem o povo ucraniano a cessar a agressão russa.](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/3OQQKBA3MFJ5HOKAIMCKJBAJPY.jpg?auth=ad0ccee65c1dadc833a2766ce44a472c7a3c58c2e6efe8a2865cc97a4e61b513&width=828&height=1030)
Na noite desta segunda-feira (28), pelo menos três explosões foram ouvidas em uma área de grande concentração de civis em Kiev, capital da Ucrânia. Esse ataque pode ser um indício de que as recentes conversas entre os países para finalizar a guerra não foram frutíferas.