Ex-presidente da Nigéria quer mediar libertação de meninas sequestradas
Internacional|Do R7
Nairóbi, 28 mai (EFE).- O ex-presidente da Nigéria Olusegun Obasanjo iniciou uma campanha para mediar a libertação das mais de 200 meninas sequestradas pela seita radical islâmica Boko Haram desde 14 de abril. Os meios de comunicação nigerianos divulgaram nesta quarta-feira que Obasanjo contatou o advogado que intermediou as negociações há três anos entre o governo e os insurgentes, que terminaram sem acordo. "Tenho um advogado que tem vínculo com os líderes do Boko Haram e que pode servir ao governo para pôr fim à insurgência", disse o ex-presidente ao jornal "Vanguard". Obasanjo garantiu que o governador do estado de Brno, onde as meninas foram raptadas, estaria disposto a negociar, apesar de temer ser acusado pelo governo de fazer parte da milícia. Para o ex-presidente, dada a atual situação de violência que o país vive, seria conveniente reabrir as negociações mantidas há três anos. "Há duas questões em jogo, a liberdade das meninas e o fim do movimento insurgente", ressaltou Obasanjo. As mais de 200 menores sequestradas em uma escola de Chibok continuam reféns do grupo armado, que ameaçou vendê-las se as autoridades não soltassem membros da seita presos. Boko Haram, que em línguas locais significa "a educação islâmica não é pecado", luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul. Desde que a Polícia acabou em 2009 com o então líder e fundador do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já deixou mais de quatro mil pessoas mortas. EFE jmc/cd