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Filho do ditador Ferdinand Marcos assume a Presidência das Filipinas

Ferdinand Marcos Jr. venceu com folga as eleições em maio e sucederá ao presidente Rodrigo Duterte

Internacional|Do R7

Ferdinand Marcos Jr. faz juramento presidencial em Manila, capital das Filipinas. A seu lado está uma emocionada Louise Marcos, a nova primeira-dama local
Ferdinand Marcos Jr. faz juramento presidencial em Manila, capital das Filipinas. A seu lado está uma emocionada Louise Marcos, a nova primeira-dama local Ferdinand Marcos Jr. faz juramento presidencial em Manila, capital das Filipinas. A seu lado está uma emocionada Louise Marcos, a nova primeira-dama local

O filho do falecido ditador Ferdinand Marcos tomou posse nesta quinta-feira (30) como presidente das Filipinas, o que conclui décadas de esforços para levar a família de volta ao poder neste país do sudeste asiático.

Em uma cerimônia no Museu Nacional de Manila, Ferdinand "Bongbong" Marcos Jr., de 64 anos, prestou juramento e homenageou os 20 anos de governo de seu pai, marcados pela corrupção e por abusos de direitos.

"Uma vez conheci um homem que viu quão pouco havia sido alcançado desde a independência... mas ele conseguiu fazer isto", disse Marcos Jr. depois da posse.

"E assim será com seu filho. Você não ouvirá desculpas da minha parte", acrescentou.

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Marcos Jr. ganhou com folga as eleições do mês passado, protagonizando a maior vitória de um candidato à Presidência desde a revolta popular que derrubou seu pai em 1986.

Ele sucede na Presidência a Rodrigo Duterte, muito popular no país mas com uma duvidosa reputação internacional devido à extremamente violenta guerra contras as drogas.

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Mais de 15.000 policiais, soldados e agentes da guarda costeira foram mobilizados em Manila para a cerimônia, que teve a presença do vice-presidente chinês Wang Qishan e do segundo-cavalheiro dos Estados Unidos, Douglas Emhoff, marido da vice-presidente Kamala Harris.

Antes da cerimônia de posse, Duterte recebeu Marcos Jr. no palácio presidencial de Malacañán, a residência que a família do ditador teve que abandonar às pressas antes de fugir para o exílio, há 36 anos.

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Antes rivais — Duterte já chamou Marcos Jr. de fraco —, as duas famílias se aliaram para as eleições, nas quais o filho do ditador fez campanha ao lado da filha do agora ex-presidente, Sara Duterte, eleita vice-presidente.

Com os preços em alta e uma economia devastada pela Covid-19, o novo presidente tem como prioridade conter a inflação, estimular o crescimento e aumentar a produção de alimentos.

Ele decidiu que também será o ministro da Agricultura para assumir pessoalmente a gestão do setor problemático.

"Vamos muito longe sob o meu comando", prometeu nesta quinta-feira, sem revelar detalhes sobre como pretende alcançar os objetivos.

No cenário internacional, o novo presidente quer defender os direitos das Filipinas no disputado mar da China Meridional, que Pequim reivindica na quase totalidade.

AMIGO DE TODOS, INIMIGO DE NINGUÉM

Ao contrário de Duterte, que se distanciou dos Estados Unidos e se aproximou da China, Marcos Jr. declarou que deseja uma relação equilibrada com as duas potências que disputam a influência no Pacífico.

No mês passado, ele definiu sua política internacional com a frase "amigo de todos, inimigo de ninguém".

Marcos Jr. organizou antes das eleições uma extensa campanha de desinformação nas redes sociais para reparar a imagem de sua família e provocar o esquecimento de 20 anos de corrupção e abusos dos direitos humanos.

Muitos esperam que "Bongbong" seja menos violento e mais previsível do que Duterte, mas os ativistas e a Igreja temem que ele use sua vitória esmagadora para reforçar o poder do presidente.

"A recusa de Marcos Jr. a reconhecer os abusos e erros do passado, elogiando a ditadura como 'anos dourados', torna muito provável que continue seu legado sombrio em seu mandato", alertou a aliança de esquerda Bayan.

Marcos Jr. já nomeou quase todos os membros de seu governo, mas analistas acreditam que a conselheira mais influente será sua esposa, Louise.

E, apesar de ter apoiado a violenta guerra às drogas de Duterte, que matou milhares de pessoas, em particular pobres, é improvável que a aplique de maneira agressiva.

"A elite política das Filipinas está preparada para virar a página da violência da guerra antidrogas", disse Greg Wyatt, da PSA Philippines Consultancy. "A guerra contra as drogas já atraiu suficiente atenção negativa."

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