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Brasil entra na onda de revoltas que vêm abalando o mundo nos últimos anos

Protestos brasileiros seguem tendências de mobilizações populares de África, Europa, Américas e Ásia

Internacional|Do R7

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As manifestações desencadeadas pelo reajuste no preço dos transportes públicos das cidades brasileiras apresentam muitas semelhanças com os protestos populares que atingem o mundo desde 2010.    A utilização maciça das redes sociais, a cobertura direta viabilizada pelas novas ferramentas tecnológicas, as razões aparentemente pouco relevantes e cotidianas como estopim, além da violência desmedida da repressão policial, são algumas das características compartilhadas pelos movimentos por democracia, igualdade e justiça que, como no Brasil, denunciaram uma insatisfação social e estão dando trabalho para os governos em todo o planeta TEXTO: Fábio Cervone, colunista do R7
São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, entre outras cidades brasileiras, foram recentemente palcos de levantes populares que ganharam projeção nacional e acabaram se tornando espaços plurais de diversas insatisfações sociais. Mas o Brasil não é uma exceção no mundo. Pelo contrário. Desde 2010, vem ocorrendo uma onda de movimentos que, em alguns casos, foram capazes até de derrubar ditaduras e governantes históricos.    Os cidadãos tupiniquins certamente não enfrentam os ferrenhos autoritarismos de outros lugares, muito menos foram gravemente afetados pela crise financeira internacional. Mesmo assim, o que ocorre neste momento na terra do futebol possui claras marcas de um novo mundo. Descubra nas imagens a seguir
Redes Sociais  O poder das redes sociais é indiscutivelmente uma das faces que compõem a identidade de todas as mobilizações populares que eclodiram de alguns anos para cá. Na Primavera Árabe, particularmente, a conexão virtual entre os cidadãos foi e ainda funciona como uma ferramenta de enorme impacto para a organização e sensibilização popluar, seja na luta pacifica ou violenta, contra regimes autoritários e teocráticos.    O Egito é um caso simbólico neste aspecto pois, pela internet, não só superou a vigilância e censura estatal, como foi capaz de derrubar o regime em vigor e instaurar uma nova organização nacional
Tecnologia       Outra poderosa característica compartilhada internacionalmente é a utilização dos celulares, câmeras, laptops, tablets e similares, como canais para a comunicação rápida — às vezes imediata — e direta, mas sobretudo como “armas” que testemunham e documentam tanto as realizações e os resultados positivos dos protestos quanto os abusos das autoridades e outros acontecimentos desastrosos.   As imagens e vídeos que são produzidos com a atual facilidade de difusão tornam públicos relatos factuais independentes, espontâneos e vivenciados de forma pessoal e in loco
Na Síria, onde levantes populares motivados pela primavera árabe se tornaram uma guerra civil, os meios de comunicação oficiais não são confiáveis e o acesso da imprensa internacional é restrito. Com isso, boa parte das informações sobre o conflito são noticiadas graças ao esforço popular de denunciar atrocidades com fotos e gravações postadas na internet.    Para se ter uma ideia, tais documentos são base para diversas organizações internacionais na contagem dos mortos e feridos na guerra.  Relatos deste "jornalismo cidadão" acabam analisados e funcionam como provas formais, como no caso da utilização de armas químicas pelo governo do presidente sírio Bashar al Assad contra os insurgentes 
Estopim   Um aspecto ainda pouco compreendido pelos analistas, e que une significativa parcela dos protestos que se destacaram internacionalmente nos últimos anos, foi o fato de que muitos deles tiveram origem a partir de acontecimentos, em principio, corriqueiros ou desmerecidos pelo Estado. É evidente que o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT), bem como os demais governantes em situação similar, não imaginavam que R$ 0,20 desencadeariam tamanha mobilização popular. Em 2010, os tunisianos deram início a uma revolta inaugurando uma onda de protestos na região do norte da África e Oriente Médio, o que mais tarde foi denominado como “Primavera Árabe”. Em dezembro daquele ano, o tunisiano Mohamed Bouazizi — feirante ambulante que ficara sem sua barraca após ação da polícia —  ateou fogo a si próprio e acabou morrendo para chamar atenção à falta de emprego e pobreza do país. Este sacrifício individual e isolado foi o marco para que grande parte da população saísse às ruas, forçando a saída do presidente Zine el Abdine Ben Ali, que estava há mais de dez anos no cargo
Violência policial Talvez a face mais revoltante compartilhada pelos protestos que contaminaram muitos cidadãos do mundo foi a resposta das autoridades aos atos públicos. Em São Paulo se repetiu a indiscriminada e desproporcional violência utilizada pelas forças estatais na repressão dos movimentos internacionais.  Desde 2010, não faltaram histórias e cenas de franca agressividade policial para estampar os portais de noticias e capas de jornais e revistas.    Recentemente, a imagem de uma jovem garota turca sendo atingida violentamente por um spray de pimenta durante uma manifestação pacifica em Istambul motivou muitos cidadãos do país a questionar a atuação do governo.  Este simbólico retrato da indistinta e desmedida repressão policial também teve seu similar nas cidades brasileiras e, assim como no exterior, funcionou para provocar ainda mais rebeldia e alimentar a contestação popular
Crise econômica  Ademais, todos os protestos foram agravados por aspectos econômicos. Além do tunisiano mártir da Primavera Árabe que lutava por condições melhores de vida, no Egito, os cidadãos se rebelaram tanto por mais democracia quanto por maior distribuição das riquezas. Mas foi na Europa onde os principais protestos ocorreram em razão da crise financeira.  A Grécia, Espanha e Portugal foram os países que tiveram maior quantidade de embates entre policia e manifestantes motivados pelos cortes públicos e desemprego (Na imagem, aposentados gregos protestam contra os cortes nas pensão promovidos pelo governo)
Os EUA também não conseguiram escapar da onda internacional de protestos. A maior potência do planeta ainda desfruta de uma enorme superioridade econômica, tecnológica e militar em relação ao resto dos países. Além disso, a democracia americana elegeu e reelegeu um dos presidentes mais simbólicos e progressistas de sua historia. Mesmo assim, a crise econômica e seu consequente agravamento causado pela irresponsável gestão do orçamento público, o enriquecimento desmedido do setor financeiro e os abusos perversos do setor privado, em 2011, alimentaram a organização do movimento Occupy Wall Street, que ganhou versões similares nacionalmente e no exterior.      Num gesto simbólico, pacificamente americanos de toda a parte acamparam no Zuccotti Park, no coração financeiro de Nova York, e se recusaram a deixar o local até que os responsáveis pela crise fossem presos e também por medidas que regulassem de forma mais incisiva o setor privado. Na ocasião, muitos partidários e simpatizantes denunciaram a desigualdade econômica do mundo.  Por isso, se popularizou o termo “somos 99% contra 1%", em referência a desmedida distância material existente entre a população e os detentores da maior parte da riqueza global. Apesar de desfrutarem das forças públicas mais bem equipadas e treinadas da atualidade, os rebeldes de Manhattan também sentiram a dor da repressão policial
Intransigência governamental É também interessante perceber que as decisões e erros cometidos pelos governantes que enfrentaram manifestações, como as que ocorrem no Brasil atualmente, possuem padrões bastante próximos de conduta nos primeiros momentos dos acontecimentos.     Além da truculência policial marcante, a postura intransigente, depreciativa — e até autoritária — dos governantes não é novidade entre os políticos atuais. No fundo, em defesa da imposição da ordem, os governantes tentam simultaneamente desqualificar as causas dos protestos e justificar a violência como resposta a atos dos "baderneiros".    Essa inflexibilidade foi o que guiou, por exemplo, o presidente sírio Bashar al Assad, o tunisiano Ben Ali, o líbio Muammar Gaddafi, o egípcio Hosni Mubarak e o turco Recep Erdogan — todos chefes de estado que foram derrubados ou lutam para se manter no poder. Nas outras nações, a violência desmedida e a inflexibilidade do poder público só enfureceram ainda mais a população, motivaram novos manifestantes e deram força aos protestos
Copa do Mundo Outro aspecto que pode ser encontrado em mais de um caso de protesto recente é a revolta dos cidadãos com o desperdício das riquezas do Estado. Isto demonstra que houve uma conscientização em relação ao valor do bem público. Trata-se de uma movimentação popular para realmente se apropriar dos serviços e direitos sociais.    Enquanto no Brasil se questiona a megalomania dos gastos para a Copa do Mundo frente à deficiente infraestrutura do país, na Turquia, o premiê Edorgan foi impedido de continuar seu megaprojeto urbanístico em Istambul, além de ser contestado por uma lista de outros investimentos, incluindo a candidatura para sediar a Copa do Mundo de futebol em 2020. Já na Espanha, a crise financeira colocou a família real espanhola e seus gastos no fundo do poço em termos de popularidade nacional.    Mas, para os brasileiros, a África do Sul é o melhor exemplo dessa gastança. Tanto aqui como lá, um evento esportivo internacional foi vendido como um promotor do desenvolvimento que acarretaria em benefícios comuns. No entanto, pouca coisa mudou na dura realidade dos sul-africanos quando a Fifa partiu após a competição. A nação africana sobrou com alguns elefantes brancos e os principais lucros do evento foram absorvidos por multinacionais e corporações sem gerar um substancial impacto na economia doméstica

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As manifestações desencadeadas pelo reajuste no preço dos transportes públicos das cidades brasileiras apresentam muitas semelhanças com os protestos populares que atingem o mundo desde 2010.    A utilização maciça das redes sociais, a cobertura direta viabilizada pelas novas ferramentas tecnológicas, as razões aparentemente pouco relevantes e cotidianas como estopim, além da violência desmedida da repressão policial, são algumas das características compartilhadas pelos movimentos por democracia, igualdade e justiça que, como no Brasil, denunciaram uma insatisfação social e estão dando trabalho para os governos em todo o planeta TEXTO: Fábio Cervone, colunista do R7
São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, entre outras cidades brasileiras, foram recentemente palcos de levantes populares que ganharam projeção nacional e acabaram se tornando espaços plurais de diversas insatisfações sociais. Mas o Brasil não é uma exceção no mundo. Pelo contrário. Desde 2010, vem ocorrendo uma onda de movimentos que, em alguns casos, foram capazes até de derrubar ditaduras e governantes históricos.    Os cidadãos tupiniquins certamente não enfrentam os ferrenhos autoritarismos de outros lugares, muito menos foram gravemente afetados pela crise financeira internacional. Mesmo assim, o que ocorre neste momento na terra do futebol possui claras marcas de um novo mundo. Descubra nas imagens a seguir
Redes Sociais  O poder das redes sociais é indiscutivelmente uma das faces que compõem a identidade de todas as mobilizações populares que eclodiram de alguns anos para cá. Na Primavera Árabe, particularmente, a conexão virtual entre os cidadãos foi e ainda funciona como uma ferramenta de enorme impacto para a organização e sensibilização popluar, seja na luta pacifica ou violenta, contra regimes autoritários e teocráticos.    O Egito é um caso simbólico neste aspecto pois, pela internet, não só superou a vigilância e censura estatal, como foi capaz de derrubar o regime em vigor e instaurar uma nova organização nacional
Tecnologia       Outra poderosa característica compartilhada internacionalmente é a utilização dos celulares, câmeras, laptops, tablets e similares, como canais para a comunicação rápida — às vezes imediata — e direta, mas sobretudo como “armas” que testemunham e documentam tanto as realizações e os resultados positivos dos protestos quanto os abusos das autoridades e outros acontecimentos desastrosos.   As imagens e vídeos que são produzidos com a atual facilidade de difusão tornam públicos relatos factuais independentes, espontâneos e vivenciados de forma pessoal e in loco
Na Síria, onde levantes populares motivados pela primavera árabe se tornaram uma guerra civil, os meios de comunicação oficiais não são confiáveis e o acesso da imprensa internacional é restrito. Com isso, boa parte das informações sobre o conflito são noticiadas graças ao esforço popular de denunciar atrocidades com fotos e gravações postadas na internet.    Para se ter uma ideia, tais documentos são base para diversas organizações internacionais na contagem dos mortos e feridos na guerra.  Relatos deste "jornalismo cidadão" acabam analisados e funcionam como provas formais, como no caso da utilização de armas químicas pelo governo do presidente sírio Bashar al Assad contra os insurgentes 
Estopim   Um aspecto ainda pouco compreendido pelos analistas, e que une significativa parcela dos protestos que se destacaram internacionalmente nos últimos anos, foi o fato de que muitos deles tiveram origem a partir de acontecimentos, em principio, corriqueiros ou desmerecidos pelo Estado. É evidente que o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT), bem como os demais governantes em situação similar, não imaginavam que R$ 0,20 desencadeariam tamanha mobilização popular. Em 2010, os tunisianos deram início a uma revolta inaugurando uma onda de protestos na região do norte da África e Oriente Médio, o que mais tarde foi denominado como “Primavera Árabe”. Em dezembro daquele ano, o tunisiano Mohamed Bouazizi — feirante ambulante que ficara sem sua barraca após ação da polícia —  ateou fogo a si próprio e acabou morrendo para chamar atenção à falta de emprego e pobreza do país. Este sacrifício individual e isolado foi o marco para que grande parte da população saísse às ruas, forçando a saída do presidente Zine el Abdine Ben Ali, que estava há mais de dez anos no cargo
Violência policial Talvez a face mais revoltante compartilhada pelos protestos que contaminaram muitos cidadãos do mundo foi a resposta das autoridades aos atos públicos. Em São Paulo se repetiu a indiscriminada e desproporcional violência utilizada pelas forças estatais na repressão dos movimentos internacionais.  Desde 2010, não faltaram histórias e cenas de franca agressividade policial para estampar os portais de noticias e capas de jornais e revistas.    Recentemente, a imagem de uma jovem garota turca sendo atingida violentamente por um spray de pimenta durante uma manifestação pacifica em Istambul motivou muitos cidadãos do país a questionar a atuação do governo.  Este simbólico retrato da indistinta e desmedida repressão policial também teve seu similar nas cidades brasileiras e, assim como no exterior, funcionou para provocar ainda mais rebeldia e alimentar a contestação popular
Crise econômica  Ademais, todos os protestos foram agravados por aspectos econômicos. Além do tunisiano mártir da Primavera Árabe que lutava por condições melhores de vida, no Egito, os cidadãos se rebelaram tanto por mais democracia quanto por maior distribuição das riquezas. Mas foi na Europa onde os principais protestos ocorreram em razão da crise financeira.  A Grécia, Espanha e Portugal foram os países que tiveram maior quantidade de embates entre policia e manifestantes motivados pelos cortes públicos e desemprego (Na imagem, aposentados gregos protestam contra os cortes nas pensão promovidos pelo governo)
Os EUA também não conseguiram escapar da onda internacional de protestos. A maior potência do planeta ainda desfruta de uma enorme superioridade econômica, tecnológica e militar em relação ao resto dos países. Além disso, a democracia americana elegeu e reelegeu um dos presidentes mais simbólicos e progressistas de sua historia. Mesmo assim, a crise econômica e seu consequente agravamento causado pela irresponsável gestão do orçamento público, o enriquecimento desmedido do setor financeiro e os abusos perversos do setor privado, em 2011, alimentaram a organização do movimento Occupy Wall Street, que ganhou versões similares nacionalmente e no exterior.      Num gesto simbólico, pacificamente americanos de toda a parte acamparam no Zuccotti Park, no coração financeiro de Nova York, e se recusaram a deixar o local até que os responsáveis pela crise fossem presos e também por medidas que regulassem de forma mais incisiva o setor privado. Na ocasião, muitos partidários e simpatizantes denunciaram a desigualdade econômica do mundo.  Por isso, se popularizou o termo “somos 99% contra 1%", em referência a desmedida distância material existente entre a população e os detentores da maior parte da riqueza global. Apesar de desfrutarem das forças públicas mais bem equipadas e treinadas da atualidade, os rebeldes de Manhattan também sentiram a dor da repressão policial
Intransigência governamental É também interessante perceber que as decisões e erros cometidos pelos governantes que enfrentaram manifestações, como as que ocorrem no Brasil atualmente, possuem padrões bastante próximos de conduta nos primeiros momentos dos acontecimentos.     Além da truculência policial marcante, a postura intransigente, depreciativa — e até autoritária — dos governantes não é novidade entre os políticos atuais. No fundo, em defesa da imposição da ordem, os governantes tentam simultaneamente desqualificar as causas dos protestos e justificar a violência como resposta a atos dos "baderneiros".    Essa inflexibilidade foi o que guiou, por exemplo, o presidente sírio Bashar al Assad, o tunisiano Ben Ali, o líbio Muammar Gaddafi, o egípcio Hosni Mubarak e o turco Recep Erdogan — todos chefes de estado que foram derrubados ou lutam para se manter no poder. Nas outras nações, a violência desmedida e a inflexibilidade do poder público só enfureceram ainda mais a população, motivaram novos manifestantes e deram força aos protestos
Copa do Mundo Outro aspecto que pode ser encontrado em mais de um caso de protesto recente é a revolta dos cidadãos com o desperdício das riquezas do Estado. Isto demonstra que houve uma conscientização em relação ao valor do bem público. Trata-se de uma movimentação popular para realmente se apropriar dos serviços e direitos sociais.    Enquanto no Brasil se questiona a megalomania dos gastos para a Copa do Mundo frente à deficiente infraestrutura do país, na Turquia, o premiê Edorgan foi impedido de continuar seu megaprojeto urbanístico em Istambul, além de ser contestado por uma lista de outros investimentos, incluindo a candidatura para sediar a Copa do Mundo de futebol em 2020. Já na Espanha, a crise financeira colocou a família real espanhola e seus gastos no fundo do poço em termos de popularidade nacional.    Mas, para os brasileiros, a África do Sul é o melhor exemplo dessa gastança. Tanto aqui como lá, um evento esportivo internacional foi vendido como um promotor do desenvolvimento que acarretaria em benefícios comuns. No entanto, pouca coisa mudou na dura realidade dos sul-africanos quando a Fifa partiu após a competição. A nação africana sobrou com alguns elefantes brancos e os principais lucros do evento foram absorvidos por multinacionais e corporações sem gerar um substancial impacto na economia doméstica

As manifestações desencadeadas pelo reajuste no preço dos transportes públicos das cidades brasileiras apresentam muitas semelhanças com os protestos populares que atingem o mundo desde 2010.    A utilização maciça das redes sociais, a cobertura direta viabilizada pelas novas ferramentas tecnológicas, as razões aparentemente pouco relevantes e cotidianas como estopim, além da violência desmedida da repressão policial, são algumas das características compartilhadas pelos movimentos por democracia, igualdade e justiça que, como no Brasil, denunciaram uma insatisfação social e estão dando trabalho para os governos em todo o planeta TEXTO: Fábio Cervone, colunista do R7

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