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Violência e crise humanitária: hospitais se tornam alvo de ataque na República Centro-Africana

Líderes da equipe dos Médicos Sem Fronteiras lamentam a falta de ação da comunidade internacional

Internacional|Do R7

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Depois da queda do presidente François Bozizé, em março de 2013, a República Centro-Africana (RCA) enfrenta um sério conflito político que resultou em uma das maiores crises humanitárias do mundo. A coalizão de rebeldes do grupo Seleka vai contra o governo de transição e uma série de confrontos violentos entre cristãos e muçulmanos já vitimou centenas.  Na última terça-feira (3), a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi obrigada a retirar boa parte dos membros da equipe na cidade de Ndélé, no norte do país, depois de novos ataques contra suas instalações 
De acordo com a organização, quatro homens armados entraram na casa, anunciando um assalto à mão armada. Javier Eguren, coordenador-geral do MSF no país diz estar chocado com os acontecimentos.  — Estamos chocados com a agressividade a que nossas equipes estão sendo submetidas. Permanecemos determinados a levar ajuda médica às pessoas da RCA, mas isso precisa ser minimamente respeitado pelas partes envolvidas no conflito. Sem isso, não podemos fazer nosso trabalho.  As organizações de ajuda humanitária que atuam no país enfrentam ataques constantes e falta de insumos básicos para manter o trabalho Cenas de horror: imagens mostram efeitos da crise humanitária que devasta o Sudão do Sul
Depois dos ataques, a coordenação da MSF avalia a situação e negocia com as autoridades locais a possibilidade de continuar oferecendo auxílio aos civis.  — Nós realizamos mais de 1.600 consultas aqui semanalmente e cerca de um terço delas são voltadas para crianças com menos de cinco anos.  Para Eguren, a retirada da equipe do país seria um grande impacto trágico para a comunidade, já que o MSF é a única provedora de cuidados de saúde na cidade
Em abril de 2014, um massacre em Boguila vitimou 18 civis, incluindo três membros da equipe dos MSF.  Desde dezembro de 2012, as equipes já se envolveram em cerca de 115 incidentes relacionados a falta de segurança na RCA. Atualmente, mais de 300 profissionais estrangeiros e dois mil locais atuam no país no combate à crise humanitária 
A população civil da RCA tem enfrentado um alto índice de violência extrema, como saques, roubos e assassinatos por parte dos grupos armados. Os esforços internacionais para proteção dos cidadãos, de acordo com a MSF, caracterizam o descaso dos países na intervenção no conflito.  A Organização das Nações Unidas (ONU), assim como países mantenedores, precisam mobilizar seus esforços para garantir que as atrocidades cometidas contra a população sejam impedidas por força maior 
No início de 2014, a presidente internacional da organização, Dra. Joanne Liu, afirmou que a maior preocupação da instituição é a proteção.  — Nós estamos reféns de um sentimento de impotência diante da violência extrema, tratando milhares de feridos, e observando centenas de milhares de pessoas fugindo de suas casas, já que essa é a única opção para que não sejam assassinados.  Para ela, a falta de engajamento e mobilização dos líderes políticos do Conselho de Segurança da ONU é chocante Violência no Sudão do Sul obriga médicos a operarem na mata
A insegurança cria um cenário de medo, inclusive para pacientes gravemente doentes, por causa da crise humanitária. Em ataques contra hospitais, líderes locais, clérigos e equipes médicas do MSF tiveram que intervir fisicamente para defender pacientes.  De acordo com os médicos locais, muitos pacientes não querem ser transportados por medo de prováveis ataques 
"A crise humanitária que estamos testemunhando hoje não tem precedentes na República Centro-Africana, um país que tem sido negligenciado há anos", afirmou a Dra. Liu, logo depois de visitar o país.  — A mobilização precisa acontecer agora, e não daqui um mês, ou nos próximos seis meses. Nós vemos atrocidades todos os dias. É uma catástrofe massiva acontecendo bem diante dos olhos dos líderes internacionais
Para tentar combater a violência da Seleka, milícias locais de autodefesa conhecidas como antiBalaka começaram uma batalha sangrenta, vingando-se de civis muçulmanos, que consideram ser a base do grupo. A violência aumentou em ambos os lados, de forma que comunidades cristãs e muçulmanas continuam sendo vítimas Decapitações, estupros e tortura: a humanidade foi esquecida na Síria

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Depois da queda do presidente François Bozizé, em março de 2013, a República Centro-Africana (RCA) enfrenta um sério conflito político que resultou em uma das maiores crises humanitárias do mundo. A coalizão de rebeldes do grupo Seleka vai contra o governo de transição e uma série de confrontos violentos entre cristãos e muçulmanos já vitimou centenas.  Na última terça-feira (3), a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi obrigada a retirar boa parte dos membros da equipe na cidade de Ndélé, no norte do país, depois de novos ataques contra suas instalações 
De acordo com a organização, quatro homens armados entraram na casa, anunciando um assalto à mão armada. Javier Eguren, coordenador-geral do MSF no país diz estar chocado com os acontecimentos.  — Estamos chocados com a agressividade a que nossas equipes estão sendo submetidas. Permanecemos determinados a levar ajuda médica às pessoas da RCA, mas isso precisa ser minimamente respeitado pelas partes envolvidas no conflito. Sem isso, não podemos fazer nosso trabalho.  As organizações de ajuda humanitária que atuam no país enfrentam ataques constantes e falta de insumos básicos para manter o trabalho Cenas de horror: imagens mostram efeitos da crise humanitária que devasta o Sudão do Sul
Depois dos ataques, a coordenação da MSF avalia a situação e negocia com as autoridades locais a possibilidade de continuar oferecendo auxílio aos civis.  — Nós realizamos mais de 1.600 consultas aqui semanalmente e cerca de um terço delas são voltadas para crianças com menos de cinco anos.  Para Eguren, a retirada da equipe do país seria um grande impacto trágico para a comunidade, já que o MSF é a única provedora de cuidados de saúde na cidade
Em abril de 2014, um massacre em Boguila vitimou 18 civis, incluindo três membros da equipe dos MSF.  Desde dezembro de 2012, as equipes já se envolveram em cerca de 115 incidentes relacionados a falta de segurança na RCA. Atualmente, mais de 300 profissionais estrangeiros e dois mil locais atuam no país no combate à crise humanitária 
A população civil da RCA tem enfrentado um alto índice de violência extrema, como saques, roubos e assassinatos por parte dos grupos armados. Os esforços internacionais para proteção dos cidadãos, de acordo com a MSF, caracterizam o descaso dos países na intervenção no conflito.  A Organização das Nações Unidas (ONU), assim como países mantenedores, precisam mobilizar seus esforços para garantir que as atrocidades cometidas contra a população sejam impedidas por força maior 
No início de 2014, a presidente internacional da organização, Dra. Joanne Liu, afirmou que a maior preocupação da instituição é a proteção.  — Nós estamos reféns de um sentimento de impotência diante da violência extrema, tratando milhares de feridos, e observando centenas de milhares de pessoas fugindo de suas casas, já que essa é a única opção para que não sejam assassinados.  Para ela, a falta de engajamento e mobilização dos líderes políticos do Conselho de Segurança da ONU é chocante Violência no Sudão do Sul obriga médicos a operarem na mata
A insegurança cria um cenário de medo, inclusive para pacientes gravemente doentes, por causa da crise humanitária. Em ataques contra hospitais, líderes locais, clérigos e equipes médicas do MSF tiveram que intervir fisicamente para defender pacientes.  De acordo com os médicos locais, muitos pacientes não querem ser transportados por medo de prováveis ataques 
"A crise humanitária que estamos testemunhando hoje não tem precedentes na República Centro-Africana, um país que tem sido negligenciado há anos", afirmou a Dra. Liu, logo depois de visitar o país.  — A mobilização precisa acontecer agora, e não daqui um mês, ou nos próximos seis meses. Nós vemos atrocidades todos os dias. É uma catástrofe massiva acontecendo bem diante dos olhos dos líderes internacionais
Para tentar combater a violência da Seleka, milícias locais de autodefesa conhecidas como antiBalaka começaram uma batalha sangrenta, vingando-se de civis muçulmanos, que consideram ser a base do grupo. A violência aumentou em ambos os lados, de forma que comunidades cristãs e muçulmanas continuam sendo vítimas Decapitações, estupros e tortura: a humanidade foi esquecida na Síria

Depois da queda do presidente François Bozizé, em março de 2013, a República Centro-Africana (RCA) enfrenta um sério conflito político que resultou em uma das maiores crises humanitárias do mundo. A coalizão de rebeldes do grupo Seleka vai contra o gov...

Depois da queda do presidente François Bozizé, em março de 2013, a República Centro-Africana (RCA) enfrenta um sério conflito político que resultou em uma das maiores crises humanitárias do mundo. A coalizão de rebeldes do grupo Seleka vai contra o governo de transição e uma série de confrontos violentos entre cristãos e muçulmanos já vitimou centenas.  Na última terça-feira (3), a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi obrigada a retirar boa parte dos membros da equipe na cidade de Ndélé, no norte do país, depois de novos ataques contra suas instalações 

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