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Herói do filme 'Hotel Ruanda' espera sentença por terrorismo

Promotores pediram a prisão perpétua para Paul Rusesabagina; família alega que as acusações são uma vingança do governo

Internacional|

Paul Rusesabagina, o herói do filme 'Hotel Ruanda'
Paul Rusesabagina, o herói do filme 'Hotel Ruanda' Paul Rusesabagina, o herói do filme 'Hotel Ruanda'

Um tribunal deve anunciar nesta segunda-feira (20) o veredicto contra Paul Rusesabagina, o herói do filme "Hotel Ruanda" que se tornou um crítico do governo, que enfrenta acusações de terrorismo em um caso que seus simpatizantes afirmam que tem motivações políticas.

Promotores de Ruanda pediram a prisão perpétua para Rusesabagina, de 67 anos, ex-gerente do Hotel Mil Colinas de Kigali a quem se atribui o resgate de centenas de pessoas durante o genocídio de 1994, e cujas ações inspiraram uma produção de Hollywood em 2004.

Rusesabagina, que usou seu prestígio para denunciar o presidente ruandês Paul Kagame como ditador, foi detido em agosto de 2020, quando um avião que ele acredita que seguia para o Burundi pousou em Kigali.

Ele é acusado de apoiar a Frente de Libertação Nacional (FLN), grupo rebelde acusado de ter executado ataques violentos em Ruanda em 2018 e 2019.

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A família afirma que Rusesabagina foi sequestrado e alega que as nove acusações contra ele, incluindo terrorismo, são uma vingança do governo por suas críticas.

Kagame rejeita as críticas sobre o caso. Ele declarou que Rusesabagina está detido não por sua fama, e sim pelas vidas perdidas "devido a suas ações".

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O julgamento contra Rusesabagina e outras 20 pessoas começou em fevereiro, mas o réu, que tem nacionalidade belga e reside nos Estados Unidos, boicotou o processo desde março, ao acusar o tribunal de "arbitrariedade e falta de independência".

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Estados Unidos, que concederam a Rusesabagina a Medalha Presidencial da Liberdade em 2005, o Parlamento Europeu e a Bélgica expressaram preocupações com a legitimidade do julgamento.

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A Lantos Foundation, um grupo americano de defesa dos direitos humanos, pediu ao Reino Unido que rejeite as credenciais do novo embaixador de Kigali em Londres, Johnston Busingye, ao destacar que, como ministro da Justiça, ele teve um papel central no "sequestro" de Rusesabagina. 

O juiz do caso, Antoine Muhima, defendeu o processo e garantiu que nenhum dos acusados teve o direito de falar negado.

Rusesabagina foi gerente do Hotel Mil Colinas de Kigali, onde recebeu centenas de pessoas durante o genocídio que deixou 800.000 mortos, principalmente da etnia tutsi, em 1994. 

Uma década depois, o ator americano Don Cheadle o interpretoiu no filme indicado ao Oscar "Hotel Ruanda", que revelou a história ao público internacional.

Rusesabagina, um moderado da etnia hutu, rapidamente se desencantou do governo de Kagame, o líder rebelde que virou presidente.

Ele acusou o chefe de Estado de tendências autoritárias e deixou Ruanda em 1996 para morar na Bélgica e Estados Unidos.

Fora do país, ele iniciou uma campanha por mudança política em Kigali e estabeleceu vínculos com grupos opositores no exílio.

O governo de Kagame o acusa de apoiar a FLN, grupo rebelde acusado de ataques que deixaram nove mortos.

Rusesabagina nega qualquer papel nos ataques, mas foi um dos fundadores do Movimento Ruandês para a Mudança Democrática, grupo opositor do qual a FLN é considerada o braço armado.

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