Seis hospitais fecham as portas na Faixa de Gaza por falta de combustível para geradores
Médicos afirmam que estão operando pessoas feridas sem anestesia por falta de recursos
Internacional|Do R7, com AFP
A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para os refugiados palestinos pode ter que interromper as suas atividades nesta quarta-feira (25) devido à falta de combustível na Faixa de Gaza, sitiada e bombardeada por Israel em resposta ao ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro.
A ONU solicita combustível com urgência para abastecer os geradores dos hospitais. Seis deles na Faixa de Gaza já tiveram que fechar por falta de combustível, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ahmad Abdul Hadi, cirurgião ortopédico do hospital Nasser, disse à AFP que teve que operar vários feridos sem anestesia. "Não há produtos anestésicos suficientes […], os feridos estão sofrendo muito, e não podemos esperar para operá-los", explicou.
Segundo Mohammed Abu Selmeya, diretor do hospital Shifa, "mais de 90% dos medicamentos e produtos estão esgotados".
"O tempo está acabando. Precisamos urgentemente de combustível", afirmou Juliette Touma, chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos.
Israel se recusa a permitir a entrada de combustível, alegando que isso beneficiaria o Hamas.
"Não, no momento não temos interesse em que a máquina militar do Hamas receba mais combustível e não autorizamos nenhum combustível", disse o conselheiro de Netanyahu, Mark Regev, à imprensa americana.
Para os Estados Unidos, um cessar-fogo "neste momento beneficiaria apenas o Hamas". Em vez disso, a Casa Branca sugeriu "pausas" para facilitar a entrega de ajuda humanitária.
Segundo a ONU, seriam necessários pelo menos cem caminhões por dia carregados com ajuda para suprir a demanda em Gaza.