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Hospital do Vaticano priorizou lucro e prejudicou tratamento infantil, diz agência

Superlotação e uso inadequado de materiais descartáveis seriam alguns dos problemas

Internacional|Do R7

Hospital infantil Menino Jesus, do Vaticano, cometeu irregularidades no atendimento aos pacientes entre anos de 2008 e 2015, diz agência
Hospital infantil Menino Jesus, do Vaticano, cometeu irregularidades no atendimento aos pacientes entre anos de 2008 e 2015, diz agência Hospital infantil Menino Jesus, do Vaticano, cometeu irregularidades no atendimento aos pacientes entre anos de 2008 e 2015, diz agência

Uma investigação divulgada nesta terça-feira (4) pela agência de notícias AP (Associated Press) revelou que o hospital infantil Menino Jesus, do Vaticano, cometeu irregularidades no atendimento aos pacientes, priorizando o lucro e prejudicando tratamentos, entre os anos de 2008 e 2015.

A AP diz ter descoberto que a instituição passou por períodos de superlotação e falta de higiene, o que contribuiu para a propagação de uma superbactéria resistente a antibióticos que matou oito crianças na ala de oncologia. Além disso, para economizar, os funcionários teriam usado de forma inadequada materiais descartáveis — e priorizado a compra de seringas mais baratas que se quebravam ao serem usadas em injeções nos pequenos pacientes. A pressão sobre os médicos para realizar um grande volume de operações seria tanta que, às vezes, o tempo da anestesia era propositalmente reduzido nas cirurgias.

De acordo com informações da rede de notícias americana CBS, o próprio Vaticano chegou a conduzir uma investigação sigilosa no hospital em 2014, após denúncias dos funcionários de problemas como priorização constante do lucro e pacientes com anestesia suspensa antes do tempo. Os investigadores da Igreja entrevistaram médicos, enfermeiros e administradores ao longo de três meses. A AP afirma que corroborou as conclusões do levantamento por meio de conversas com empregados, pacientes, familiares e agentes de saúde. A agência diz ter analisado formulários médicos, documentos de tribunais civis, e-mails de funcionários da instituição e queixas apresentadas por sindicatos ao longo de cinco anos.

Um epidemiologista do hospital, Vincenzo Di Ciommo Laurora, teria dito à agência que o foco da administração do Menino Jesus era puramente o ganho de dinheiro: "Quanto mais coisas se fazia por um paciente, mais dinheiro entrava. Era preciso produzir, produzir, produzir".

Ainda segundo a CBS, o hospital ameaçou processar a agência de notícias, rebatendo que a investigação independente se baseava em informações "falsas ou seriamente infundadas e defasadas em mais de dois anos; improvável a nível clínico e sobretudo difamatória a níveis ético e moral". A instituição, fundada em 1869 para atender crianças pobres, cita sua reputação como centro de excelência. O Menino Jesus é considerado hoje o principal centro de medicina pediátrica ao sul da Itália.

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