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Insatisfeita com apuração de espionagem, Dilma adia visita oficial aos EUA

Presidente seria recebida com honrarias por Barack Obama no dia 23 de outubro

Internacional|Mariana Londres, do R7, em Brasília

Dilma e Obama se encontraram pela última vez em São Petersburgo, no começo de setembro
Dilma e Obama se encontraram pela última vez em São Petersburgo, no começo de setembro GRIGORY DUKOR/REUTERS

A presidente Dilma Rousseff decidiu nesta terça-feira (17) adiar a visita oficial aos Estados Unidos, marcada para o dia 23 de outubro, de acordo com fontes do Planalto. Após a publicação dessa reportagem a decisão foi confirmada oficialmente em nota publicada pela Presidência. 

O cancelamento da viagem ocorre em função das denúncias de que o governo americano tenha espionado a presidente brasileira e a maior companhia de petróleo do País, a Petrobras. A decisão de adiar a visita aconteceu após a conversa que Dilma teve por telefone com o presidente norte-americano Barack Obama nesta segunda-feira (16).

De acordo com nota, a decisão de adiar o encontro foi tomada pelos dois presidentes, uma vez que a questão da espionagem ainda não foi esclarecida. "Os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada", diz o texto.

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Apesar do adiamento da visita, a Presidência ressaltou na nota publicada nesta terça a importância da parceria estratégica com os EUA, mas condenou a prática da espionagem, que , de acordo com o texto ‘constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos’. 


Finaliza dizendo que vai fazer a visita assim que as denúncias sejam esclarecidas. "O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos". 

Posição


Com o gesto, Dilma marca posição forte contra a espionagem e evita o constrangimento de que novas denúncias azedem ainda mais a relação, já que poderiam vir à tona durante a vista da presidente aos Estados Unidos, onde seria recebida com festa de gala e tapete vermelho.

Na diplomacia, uma visita de Estado tem força simbólica. O encontro é oferecido pelos americanos apenas uma vez por ano a seus sócios mais estratégicos. Assim, o convite feito à presidente Dilma sinaliza a afinidade e o desejo dos EUA em estreitar relações com o vizinho sul-americano.

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