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Itália se prepara para retirar diplomatas e cidadãos de Cabul

Segundo chanceler italiano, caso a retirada se consume, embaixada do país no Afeganistão permanecerá operacional a partir de Roma

Internacional|Da Ansa Brasil

Insurgentes do Talibã se reunindo após assumir o controle de Herat
Insurgentes do Talibã se reunindo após assumir o controle de Herat Insurgentes do Talibã se reunindo após assumir o controle de Herat

O governo italiano está pronto para retirar "rapidamente" os seus diplomatas e cidadãos de Cabul, no momento em que o grupo fundamentalista islâmico Talibã avança para a capital do Afeganistão, informou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, neste sábado (14).

"Estamos nos preparando para qualquer eventualidade, incluindo a evacuação. Devemos pensar na segurança do pessoal da nossa embaixada e dos nossos compatriotas. Se for necessário, com a importante ajuda da Defesa, iremos trazer todos em segurança para a Itália rapidamente", disse o chanceler italiano em entrevista ao jornal italiano "Corriere della Sera".

Segundo Di Maio, em caso de retirada, "a embaixada irá permanecer operacional a partir de Roma e os fundos destinados ao apoio das forças de segurança afegãs poderão ser realocados para a proteção de colaboradores dos nossos serviços diplomáticos, militares e civis".

O político explicou ainda que "não haverá novo compromisso militar", mas a Itália não pode "pensar em abandonar o povo afegão depois de 20 anos".

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A Itália, um dos países mais envolvidos na missão da Otan no Afeganistão, trouxe de volta seus últimos soldados em junho no âmbito do processo de retirada das tropas internacionais do território afegão, incluindo os militares dos Estados Unidos.

Desde então, o Talibã segue avançando no território e já conquistou mais de 15 das 34 capitais de província do Afeganistão. Diversos países, inclusive, informaram que vão evacuar seus cidadãos da nação asiática.

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Conforme apuração, procedimentos de emissão de vistos para todos os afegãos descritos nas listas elaboradas pelos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da Itália e que passaram no exame de segurança do Ministério do Interior não terão mais que ser feitos na embaixada em Cabul, mas diretamente no país europeu. A medida é uma forma de acelerar os trâmites burocráticos para o retorno à Itália.

"Agora teremos de trabalhar com todas as forças envolvidas para assegurar que os talibãs deem as garantias necessárias de que os direitos adquiridos serão respeitados", afirmou o ministro italiano. Para Di Maio, "o Ocidente cometeu erros e é justo admiti-lo.

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Agora, a Europa terá de desempenhar um papel de primeiro plano e posicionar-se como um interlocutor credível no tabuleiro do xadrez geopolítico".

"Precisamos de pensar numa estratégia comum para evitar que aquilo que está a acontecer no Afeganistão aconteça em outros lugares", concluiu ele.

Nesta semana, o senador e ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi chegou a declarar que a retirada de tropas ocidentais do Afeganistão é um "erro histórico" que pode custar caro no futuro.

"Estamos muito preocupados por não sabermos como salvá-los, todos pensam apenas em como e para onde fugir. Há um terror indescritível entre as pessoas", relatou Qorbanali Esmaeli, presidente da Associação Cultural Afegã na Itália.

De acordo com Esmaeli, "o mais preocupante, mais absurdo e atroz é que mulheres e meninas, maiores de 12 anos, são consideradas despojos de guerra".

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