Malala diz que meninas sequestradas pelo Boko Haram são suas “heroínas”
Ganhadora do Nobel da Paz pede que garotas não percam a esperança
Internacional|Do R7
Um ano após o Boko Haram sequestrar quase 300 meninas da escola de Chibok, na Nigéria, a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai, de 17 anos, ofereceu palavras de “solidariedade, amor e esperança” às alunas.
“Como vocês, eu fui alvo de militantes que não queriam garotas na escolar”, escreveu a ativista de 17 anos, que levou um tiro no rosto de um membro do Taliban, em 2012, por defender os direitos das meninas estudarem no Paquistão.
Há exato um ano, o grupo radical Boko Haram fez um sequestro coletivo na Nigéria. Mais de 50 meninas conseguiram escapar, mas acredita-se que muitas ainda estão em cativeiro.
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Após um ano, meninas raptadas pelo Boko Haram continuam desaparecidas
Segundo relatos, as meninas raptadas são torturadas, estupradas, forçadas a se reverter para o Islã, e casar-se com membros do grupo. Na carta, publicada na segunda-feira, um dia antes da data do sequestro, Malala criticou o governo nigeriano e a comunidade internacional por não fazer nada o “suficiente para ajudar” a resgatar as meninas.
Em julho de 2014, a ganhadora do prêmio Nobel da Paz foi até a Nigéria para defender a libertação das meninas. A jovem aproveitou a viagem para se encontrar com o então presidente do país Goodluck Jonathan, assim como os pais de algumas vítimas.
“Eu posso ver aquelas garotas como minhas irmãs... E eu vou falar com eles até que as meninas sejam libertadas", declarou Malala para a Reuters.
Na carta, Yousafzai lembra as meninas de Chibok para serem fortes: “Lembre-se que um dia o seu trágico calvário vai acabar, você vai se reunir com sua família e amigos, e você terá a chance de concluir a educação que procurou com coragem. Estou ansiosa para um dia possa abraçar cada uma de vocês, orar com vocês, e celebrar a liberdade com suas famílias. Por enquanto fiquem fortes, e nunca percam a esperança. Vocês são minhas heroínas”.