A polícia turca evacuou ao anoitecer deste sábado (15) milhares de manifestantes que ocupavam o Parque Gezi de Istambul, duas horas depois de um novo ultimato do premier turco, Recep Tayyip Erdogan, forçando-os a deixar o local.
As forças de ordem entraram no parque, reduto da contestação antigovernamental que há duas semanas agita a Turquia, e expulsaram todos os ocupantes atirando bombas de gás lacrimogênio.
Alguns dos manifestantes deslocados da Praça Taksim e dos arredores do parque decidiram se reunir no próximo distrito de Harbiye, onde novamente enfrentaram a repressão das forças antidistúrbios.
Uma grande multidão se agrupou na região de Galatasaray e na avenida Istiklal, que dá acesso a Praça Taksim, enquanto em outro bairro da cidade, Besiktas, um grupo de moradores bloqueou o transito de outra importante via.
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Polícia turca e manifestantes voltam a se enfrentar
Após a divulgação da notícia sobre o despejo no centro de Istambul, inúmeras manifestações começaram a ser formadas em outras cidades, como a capital, Ancara, a terceira cidade do país, Esmirna, e outras cidades de menor tamanho, caso de Adana, Eskisehir, Samsun e Antalya.
Foi anunciada uma manifestação em massa para o domingo (16) a partir das 16h locais (10h de Brasília) para lembrar os quatro mortos na onda de protestos que ocorre na Turquia há mais de duas semanas. "Aos que perguntam o que vamos fazer, dizemos com clareza que não vamos abandonar o parque Gezi, que se transformou em um símbolo", disse a Plataforma de Solidariedade da praça Taksim em comunicado emitido pouco antes de começar a expulsão de manifestantes por parte da polícia turca.
"A pergunta é como vamos ficar, e os passos que forem dados de agora em diante serão decididos por aqueles que fizeram grandes sacrifícios por este lugar", acrescenta a nota, segundo o site do jornal turco "Hurriyet".
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