Morre o ex-ditador argentino Jorge Videla aos 87 anos
Videla morreu de causas naturais enquanto cumpria uma sentença por crimes de direitos humanos
Internacional|, com R7
O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla morreu nesta sexta-feira (17), aos 87 anos, por causas naturais, enquanto cumpria uma sentença por crimes de direitos humanos.
Videla, um símbolo da ditadura argentina, carregava sobre as costas duas condenações à prisão perpétua e outra a 50 anos por crimes contra a humanidade e roubo de bebês entre 1976 e 1981 — os piores anos da ditadura, durante os quais desapareceram entre 10 mil e 30 mil pessoas, segundo entidades humanitárias.
Trajetória
O general comandou o golpe que derrubou a ex-presidente Isabel Perón, em 1976, suspendeu a Constituição, proibiu os partidos políticos e instituiu a censura nas rádios e televisões.
Videla governou aliado ao grupo civil chamado Os Chicago Boys e deu todo o poder administrativo a um economista de uma família da aristocracia "crioula" (espanhóis nascidos na América), José Martínez de Hoz, admirador do Prêmio Nobel Milton Friedman.
Fotografias e vídeos no YouTube o relembram em dois momentos chave: ao entregar em 1978 a taça da Copa do Mundo de futebol para a seleção argentina e quando deu um abraço forçado ao ditador chileno, Augusto Pinochet, após a mediação do Vaticano que impediu uma guerra fronteiriça naquele mesmo ano entre os dois países.
Em seu governo, a Argentina se alinhou aos Estados Unidos, mas teve atritos com o então presidente James Carter, cujo governo criticou as violações aos direitos humanos.
Em 1981, Videla cedeu o poder a Roberto Viola para começar uma lenta transição à democracia, mas o general Leopoldo Galtieri deu um golpe palaciano e desencadeou a triste história da guerra das Ilhas Malvinas contra a Inglaterra, em 1982.
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