Uma deputada sueca do Parlamento Europeu e algumas das principais atrizes e cantoras francesas cortaram seus cabelos em solidariedade às manifestações antigovernamentais no Irã, provocadas pela morte sob custódia policial de Mahsa Amini, de 22 anos, presa em Teerã em 13 de setembro por usar "trajes impróprios".
A política Abir Al-Sahlani, de origem iraquiana, afirmou durante um discurso na última terça-feira (4), na assembleia da União Europeia, que "até que o Irã esteja livre, nossa fúria será maior que a dos opressores. Até que as mulheres do Irã estejam livres, vamos ficar com vocês".
Após o discurso, ela pegou uma tesoura e disse "Jin, Jiyan, Azadi" — frase em curdo que significa "Mulher, Vida, Liberdade" — enquanto cortava o rabo de cavalo.
A ação foi repetida em um vídeo por diversas atrizes e cantoras francesas, como Juliette Binoche, Isabelle Huppert, Marion Cotillard e Isabelle Adjani.
"Pela liberdade", disse Juliette enquanto cortava um enorme punhado dos cabelos ruivos e o segurava para a câmera, com uma versão em farsi, língua persa, da música de protesto italiana Bella Ciao por trás da montagem.
Os governantes clericais do Irã enfrentam a maior agitação nacional em anos, desde a morte da jovem. As ondas de protestos, nas quais mais de 130 pessoas morreram, segundo grupos de direitos humanos, se espalharam pelo exterior, incluindo Londres, Paris, Roma e Madri, em solidariedade aos manifestantes iranianos.
Em 13 de setembro de 2022, a jovem iraniana Mahsa Amini, que veio a se tornar símbolo da resistência contra a violação dos direitos das mulheres, foi detida pela polícia da moralidade, sob a acusação de infringir o código de vestimenta feminino ao deixar uma mecha de cabelo à mostra. Mahsa entrou em coma e morreu três dias depois do ocorrido no hospital. O Irã afirmou que a jovem morreu devido a uma doença, mas a família da vítima afirma que ela era perfeitamente saudável e teria morrido após ter sido espancada