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ONU denuncia aumento de ataques contra albinos na África

De acordo com a organização, as crianças são as principais vítimas do comércio ilegal

Internacional|

Em janeiro, o criminoso, que foi preso, confessou que recebeu uma oferta de R$ 20 mil pelo corpo de sua sobrinha albina de 11 anos
Em janeiro, o criminoso, que foi preso, confessou que recebeu uma oferta de R$ 20 mil pelo corpo de sua sobrinha albina de 11 anos Em janeiro, o criminoso, que foi preso, confessou que recebeu uma oferta de R$ 20 mil pelo corpo de sua sobrinha albina de 11 anos

O número de ataques e assassinatos de albinos aumentou em diversos países da África Ocidental, onde as pessoas que possuem essa condição genética vivem cada vez mais aterrorizadas, evitam sair de casa e as crianças afetadas se veem forçadas a abandonar a escola.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, denunciou a situação e confirmou que as crianças são a categoria de idade que mais sofre ataques.

Segundo os relatórios que chegaram à ONU, nos últimos seis meses foram registrados pelo menos 15 casos de albinos sequestrados, feridos, assassinados ou vítimas de tentativas de sequestro sem sucesso, mas a própria realidade das zonas remotas onde esses crimes costumam ocorrer leva a crer que o número real de casos seja maior.

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A situação está associada a crenças relacionadas com a bruxaria na África Ocidental, segundo as quais os albinos têm poderes mágicos e partes de seu corpo, incluindo ossos, cabelos e principalmente suas extremidades são poderosos ingredientes para poções. 

Segundo as ONGs que trabalham neste âmbito, esta situação levou ao surgimento de redes de traficantes que executam os ataques e vendem o corpo ou o membro amputado do albino.

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Em algumas partes da África os albinos são considerados como uma maldição divina e muitas pessoas acreditam que ter um na comunidade traz azar, por isso tradicionalmente são vítimas de marginalização e maus-tratos.

A ONU afirmou nesta terça-feira (10) que nas dez primeiras semanas deste ano há informações sobre seis assassinatos e sequestros de albinos em Malauí, e que no sudoeste do país há grupos de homens que persistem em sua busca. Entre os casos denunciados, vários correspondem a albinos sequestrados durante a noite em suas próprias casas, a maioria crianças.

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Em um caso ocorrido em janeiro, o criminoso, que foi preso, confessou que recebeu uma oferta de R$ 20 mil (US$ 6.500) pelo corpo de sua sobrinha albina de 11 anos.

O lugar onde mais casos deste tipo foram registrados foi a Tanzânia, país africano com a maior incidência de albinismo e onde a ONU notou uma nova deterioração da situação.

O último caso ocorreu no último fim de semana, quando uma criança de seis anos foi atacada no distrito de Sumbawanga e teve a mão direita decepada com um facão pelos agressores, que fugiram depois do ato, segundo informou a ONU nesta terça-feira. Zeid relatou que na Tanzânia, em janeiro, também houve casos de crianças albinas sequestradas e assassinadas.

Um deles era um bebe de um ano que foi encontrado morto e sem braços nem pernas. O alto comissário considerou que a proibição da bruxaria imposta na Tanzânia em janeiro e a recente condenação de quatro pessoas pelo assassinato de uma mulher albina em 2008 são passos na direção correta.

Burundi é outro país onde foram registrados vários casos de assassinatos de albinos nos últimos anos. O último ocorreu em dezembro passado. 

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