ONU denuncia crimes contra a humanidade na Coreia do Norte
Práticas incluem execuções sumárias, tortura, desaparecimentos forçados e privação de comida
Internacional|, com AFP
A Comissão de Investigação da ONU para a Coreia do Norte publicou nesta segunda-feira (17) um extenso informe no qual denuncia a existência no país de sistemáticas violações dos direitos humanos, que atingem o grau de crimes contra a humanidade, como execução sumárias, tortura, desaparecimentos forçadas e privação de alimentação.
O documento, baseado em depoimentos de mais de 240 pessoas, prova que o país se estrutura em um sistema de castas conhecido como "songbun", que nivela os cidadãos com base em razões ideológicas e políticas.
"Em muitos níveis, as violações dos direitos humanos encontradas pela comissão constituem crimes contra a Humanidade", afirmou a equipe em um comunicado.
— Não são meros excessos do Estado; são componentes essenciais de um sistema político que se afasta dos ideais nos quais alega ter sido fundado.
A comissão responsável por este relatório foi constituída em maio de 2013 poelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Em uma primeira reação ao documento, os Estados Unidos afirmaram que o relatório mostra "clara e inequivocamente a brutal realidade" dos abusos aos direitos humanos na Coreia do Norte.
A porta-voz adjunta do departamento de Estado, Marie Harf, assinalou que Washington apoia o relatório e pediu que Pyongyang adote "medidas concretas" para melhorar a situação.
O informe inclui uma carta do presidente da comissão, Michael Kirby, destinada ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, na qual lembra ao chefe da nação que como responsável por todo o aparato de Estado deve assumir a responsabilidade por esses crimes, dos quais existem amplas evidências para serem levadas para um tribunal internacional.