Pai de menino que passou fome até morrer afirma a tribunal que mãe nem sequer dava banho na criança
Taxista britânico de 45 anos disse que procurou, em vão, ajuda do governo inglês
Internacional|Do R7
O pai do menino inglês que morreu de fome, supostamente após não ser alimentado pela mãe como uma forma de castigo, declarou que o Serviço Social da Inglaterra ignorou seu pedido de ajuda. Durante depoimento nesta segunda-feira (23), no quarto dia de julgamento do caso, o pai revelou detalhes chocantes da criação do pequeno.
Aftab Khan, um taxista de 45 anos, disse ao tribunal de Bradford que ele alertou às autoridades de que estava preocupado com o bem-estar de seu filho, Hamzah Khan, e com a forma com que a mãe, Amanda Hutton, cuidava da criança.
A denúncia teria sido feita um ano antes do assassinato do menino. O corpo da criança foi encontrado pela polícia em dezembro de 2011, mas o pequeno já estava morto havia dois anos.
"Ela não dava banho nele. Não o trocava", disse Aftab, que também contou que a Amanda bebia muito e que estava "fora de si", na época.
— O sistema falhou com meu filho. Eu perdi toda a confiança no sistema.
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O motorista de táxi foi condenado, alguns anos atrás, após discutir com Amanda por causa do filho e, por isso, estava proibido de se aproximar dela e da criança, mas declarou ao júri que nunca agrediu a ex-companheira.
— Se eu fosse um marido agressivo, eu não estaria aqui em frente a ela [Amanda]. Todo mundo sabe o que aconteceu. Vocês têm provas contundentes contra ela, mas ainda estão tentando apontar o dedo para mim.
Amanda, de 43 anos, está sendo julgada pelo homicídio culposo de Hamzah. A mãe teria matado a criança em 2009, mas o corpo mumificado do menino só foi encontrado dois anos depois.
Segundo disse uma testemunha na semana passada, que não pôde ser identificada por questões de segurança, o corpo do pequeno foi encontrado dentro de uma gaveta, coberto por folhas. As informações são do jornal britânico Mirror.
— Ele estava duro e pálido. Aparentava estar muito magro. Parecia uma vara fina, porque ele não se alimentava muito.
Ainda de acordo com o depoimento da testemunha, Amanda oferecia comida ao filho apenas uma vez ao dia como uma forma de punição, por considerar a criança “bagunceira” e “malcriada”.
A testemunha disse ainda que Amanda continuou solicitando um auxílio do governo para a criação do pequeno, durante os dois anos em que o bebê já estava morto. O dinheiro teria sido usado para comprar bebida e cigarros.
A testemunha ainda descreveu as condições precárias da casa, que estava cheia de lixo e fezes de gato.
— A casa estava repleta de sacos de lixo, alimentos mofados e roupas sujas. Havia fezes de gato no banheiro.
O julgamento continua nesta terça-feira (24).