Papa esteve envolvido em processo sobre roubo de bebês durante a ditadura argentina, diz jornal
Diversas hipóteses de conexão entre Francisco e o governo militar na Argentina surgiram após seu anúncio como líder da igreja
Internacional|Do R7
Após a escolha de Francisco para a liderança da Igreja Católica, na última quarta-feira (13), diversas críticas e elogios ao novo pontífice surgiram em todo o mundo. Mas, as acusações sobre o envolvimento do papa com a ditadura militar argentina foram aquelas que mais geram dúvidas sobre o passado de Francisco e seu futuro no comando da igreja. Neste sentido, o jornal argentino El Día citou em uma matéria que o novo papa esteve ligado ao desaparecimento de bebês durante o regime militar no país e chegou a ser cotado para depor durante o processo investigativo sobre o tema.
Em maio de 2011, o Ministério Público argentino e a organização Avós da Praça de Maio pediram que Bergoglio fosse convocado para depor ante um tribunal que julgava o suposto plano da ditadura militar argentina de sequestrar os bebês nascidos dentro de prisões clandestinas.
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Segundo reportagem de 2 de maio de 2011 do jornal argentino El Día, a acusação indica que o cardeal Bergoglio estaria envolvido no nascimento e sequestro da neta de uma das fundadoras e primeira presidente da organização, Alicia “Licha” de la Cuadra, que morreu em 2008 aos 93 anos.
A filha de Alicia, Elena de la Cuadra, segue desparecida desde 1977. Em 16 de junho daquele ano, presa em uma prisão clandestina, ela deu à luz uma menina chamada “Ana”, que teria sido sequestrada pelos militares argentinos.
Em 2011, durante o julgamento, uma outra filha de Alicia, Estela de la Cuadra, apresentou ao tribunal diversas cartas que seu pai tinha enviado a Bergoglio pedindo-lhe ajuda para encontrar Elena e Ana.
Segundo o periódico argentino Página 12, Estela perguntou ao tribunal: “Como é que Bergoglio diz que faz só dez anos que ele sabe do roube de bebês? Por que não convocam [para depor]?”
Para Elena, a troca de cartas com seu pai mostra que Bergoglio já sabia do caso fazia muito tempo.
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