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Para especialista, chances de encontrar Madeleine McCann viva após 10 anos são mínimas

Ela sumiu do quarto de hotel português enquanto pais jantavam; especialista analisa caso

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Mãe de Madeleine, Kate, com foto da menina ao fundo
Mãe de Madeleine, Kate, com foto da menina ao fundo Mãe de Madeleine, Kate, com foto da menina ao fundo

Cazuza dizia que o tempo não para. Tinha razão o carismático cantor, mas a frase só não vale para pais que tiveram seus filhos desaparecidos. No caso da menina inglesa Madeleine McCann, os 10 anos que nesta quarta-feira (3) se completam desde o seu desaparecimento no resort Ocean Villas, em Algarve, Portugal, continuam, para os familiares, sendo ontem.

Um dos mais misteriosos casos de sumiço da história traz em seu enredo sentimentos conflituosos: amor, remorso, raiva, tristeza, saudades. Para Mário Yamauchi, da tradicional agência Elite, investigador particular há pelo menos 18 anos, em casos como esse, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica para se encontrar uma solução.

— Casos como esse são muito difíceis. O tempo nesse caso é um fator adverso, quanto mais os dias passam, o entendimento do que aconteceu fica também mais distante.

Ocorrido em maio de 2007, em uma noite em que os pais de Madeleine — os médicos ingleses Kate e Gerry McCann — foram jantar no resort com amigos, deixando a menina, então com quatro anos, e os dois irmãos mais novos dormindo no quarto, o desaparecimento chocou o mundo por ter se configurado como algo inexplicável, após incansáveis buscas. Pelos detalhes da história, Yamauchi não vê muita possibilidade de Madeleine estar viva.

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— Atuo com isso há anos e, em todos os casos de perda de contato em que trabalhamos, que é diferente de desaparecimento, conseguimos resolver. Em casos de perda de contato, encontramos as pessoas vivas. Mas em caso de desaparecimento não, as pessoas haviam morrido.

Várias versões da história já foram contadas, com depoimentos de uma babá que supostamente viu a reação desesperada dos pais ao perceberem que a filha sumira do quarto. Houve até suspeitas em relação aos próprios pais, que negaram qualquer tipo de ato criminoso. As acusações foram arquivadas por um promotor de Portugal, por falta de provas, em 2008.

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Por vários meses, casas da região foram revistadas, com suspeitos locais, alguns com supostas acusações de abuso sexual, sendo interrogados. Também recentemente a Scotland Yard admitiu que um funcionário misterioso teria informações sobre o que ocorreu naquela noite. O caso foi reaberto na Inglaterra em 2013.

Como nenhuma câmera captou o que se passou nos corredores do hotel, várias teorias se mantêm em aberto. A menina poderia ter sido levada por um pedófilo; sido capturada por traficantes de crianças; ter fugido (o que é mais difícil); ter sido sequestrada por alguém em busca de um filho (como no filme "Nas profundezas do mar sem fim", com Michelle Pfeiffer e Treat Williams). Também há relatos de que um barqueiro foi visto chutando algo na praia, possivelmente um corpo, dois dias após o desaparecimento dela.

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Comunicação transparente

Yamauchi conta que, no Brasil, seu trabalho seria de acompanhamento, já que o investigador não tem o papel de autoridade, algo que acontece na Inglaterra, onde o profissional participa da equipe de investigação. Os pais, em conflito com a Polícia Judiciária de Portugal, acabaram contratando uma empresa particular de investigação.

Segundo Yamauchi, tanto no Brasil quanto na Inglaterra, apesar de prerrogativas diferentes, o estilo de agir do investigador tem de ser o mesmo, baseado em uma comunicação transparente com os familiares, trabalho com evidências e provas e relatórios frequentes com todas as informações, mesmo que pessimistas. Mas ele faz uma ressalva.

— Vejo poucas chances dela estar viva. Mas, em casos como esse, se existe uma brecha para que isso aconteça, e se, hipoteticamente, eu fosse contatado por familiares, aceitaria participar de uma investigação deste tipo.

De uma coisa ele tem certeza. A esta altura, para os pais seria melhor receber uma informação concreta de que a menina morreu do que permanecer nesta angústia.

— Digo isso em 100% dos casos. É melhor saber que a pessoa está morta do que ficar com uma esperança que não se concretiza e consome os parentes.

Menina que vive nas ruas de Roma pode ser Madeleine McCann

No caso dos pais de Madeleine, a noite daquele 3 de maio de 2007, ao contrário de ser uma noite de gala, regada a um jantar especial à beira mar e com música, se tornou uma noite sem fim. Em todos os dias quando o céu se põe, em linhas imaginárias, eles desenham entre as estrelas o rosto de Madeleine. E pensam em como ela seria (ou é?) hoje aos 14 anos.

A luz que explode cintilante se casa com o brilho dos olhinhos verdes da menina. E o amarelo dourado do sol que se pôs fica presente na lembrança dos fios de seus cabelos, iluminados pela cor das estrelas cadentes. A infinitude do céu, então, se resume a um buraco negro sem solução. Para os pais e familiares de Madeleine, toda vez que o dia acaba e chega a noite, além de uma noite sem fim, esta noite vai ser sempre uma criança.

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