Dose de polônio-210 intoxicou Alexander Litvinenko que morreu aos 44 anos
Reprodução/Wikimedia CommonsA Justiça britânica concluiu, em inquérito público, que a morte do ex-agente secreto Alexander Litvinenko "provavelmente foi aprovada" pelo presidente russo, Vladimir Putin, e realizada pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em russo).
Litvinenko faleceu em novembro de 2006, cerca de três semanas após beber um chá envenenado com uma dose fatal de polônio-210 em um hotel em Londres.
Em relatório divulgado hoje, dia 21, o juiz Robert Owen explicou que "a operação do para matar Litvinenko foi provavelmente aprovada por [Nikolai] Patrushev, diretor do FSB na época, e também pelo presidente Putin".
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Owen ouviu dezenas de pessoas próximas ao caso e teve acesso a informações coletadas pelo Serviço de Inteligência britânico, o MI6, antes de divulgar seu parecer sobre o caso, que tem mais de 300 páginas.
Sua viúva, Marina Litvinenko, disse a jornalistas estar muito feliz que "as palavras que meu marido disse em seu leito de morte, quando acusou Putin, tenham sido provadas pela Justiça britânica".
O caso criou tensões diplomáticas entre a Rússia e o Reino Unido. Em nota, o Kremlin disse que o encerramento do caso acontece "de forma ilegítima e incivilizada".
A porta-voz da Chancelaria russa, Maria Zakharova, lamentou que "um caso puramente criminoso tenha sido politizado" e declarou que a investigação não foi "transparente para Rússia ou para o público em geral".
Histótico
Litvinenko, um ex-espião da KGB que fugiu para o Reino Unido nos anos 2000 se tornou uma das maiores vozes de crítica ao Kremlin nos anos seguintes. Ele acusava Putin de ter ligações com o crime organizado.
As autoridades de Moscou sempre negaram seu envolvimento na morte do ex-espião e se recusam a extraditar os dois principais suspeitos do caso, Andrei Lugovoi e Dmitri Kovtun.
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