Políticas francesas se unem contra assédio sexual nos plenários: "Já chega. Não vão nos calar"
Jornalistas e outras mulheres também lutam para acabar com o machismo no país
Internacional|Do R7
Mulheres que ocupam cargos públicos na França estão “em pé de guerra” contra o machismo no país. Segundo informações do jornal El País, elas querem a demissão de um deputado do partido Les Verts (Os Verdes, em tradução livre), acusado de assediar companheiras de trabalho, e do ministro de Finanças, Michel Sapin, acusado de ter tratado uma jornalista de forma degradante.
Denis Baupin, ex-dirigente do partido, foi acusado assédio sexual por oito mulheres, a maioria integrantes do Les Verts. Baupin deixou o cargo, mas denunciou as mulheres por calúnia e difamação, o que gerou uma manifestação contra o fim da impunidade, já que ele continuou a ser deputado.
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Em outro episódio relatado pelo El País, membros da Assembleia, imitaram o som feito pelas galinhas quando a deputada Véronique Massonneau assumiu a palavra.
No caso do ministro de Finanças, Michel Sapin, dois jornalistas contam que ele teria visto uma jornalista agachada para pegar uma caneta do chão e dito: “Mas o que é isso que você está me mostrando?”. Ao mesmo tempo, o político puxava o elástico da calcinha da repórter.
Sapin acabou admitindo que seu comportamento havia sido inapropriado.
Todas as vítimas repreenderam publicamente as atitudes de seus colegas e a luta acabou mobilizando outras 17 ex-ministras francesas. Em uma carta aberta publicada no Journal du Dimanche, as assinantes advertem: "Já chega. Não vão nos calar. Denunciaremos todos os detalhes machistas, os gestos desconjurados e as atitudes impróprias". As ex-ministras pedem, ainda, que todos os partidos políticos que verifiquem cada protesto e incentivam as vítimas de assédio sexual a apresentarem denúncias.