Presidente venezuelano diz que a Colômbia tem plano para matá-lo
Maduro afirmou que 'apresentará provas' sobre 'ação'
Internacional|Ansa
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que a Colômbia tem um plano para "assassiná-lo" e que mostrará provas disso em breve.
"Estão nos agredindo desde Bogotá. Eu tenho provas que vou mostrar que Bogotá está fazendo uma campanha para matar-me, lamentavelmente, com a anuência e a vista grossa do governo da Colômbia", declarou o mandatário nesta segunda-feira (31).
Segundo Maduro, será preciso fazer "com que as crianças não vejam" os documentos porque eles são "brutais".
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Para ele, seu homólogo, Juan Manuel Santos, está sendo "insensato" ao se deixar levar por seus assessores.
O presidente venezuelano destacou ainda que é preciso que as entidades internacionais ajudem os países para dar assistência humanitária aos refugiados "que passam de 800 mil", de acordo com os dados dos venezuelanos.
A acusação de Maduro tem como foco a crise na fronteira entre as duas nações, que já provocou a deportação de mais de mil colombianos do território venezuelano e a fuga de quase 10 mil moradores das regiões fronteiriças.
OEA rejeita proposta colombiana
A OEA (Organização dos Estados Americanos) rejeitou fazer uma reunião entre os chanceleres do bloco sobre a crise na fronteira entre as duas nações.
Por 17 votos a favor — um a menos do que o necessário —, quatro contra e 11 abstenções — incluindo o Brasil — o pedido foi rejeitado. A Colômbia queria uma "ação rápida" da entidade para tentar resolver a crise política e humanitária na região de Táchira. Outra derrota para os colombianos foi a mudança da data de uma reunião dos países membros dos países da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) sobre o caso.
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O encontro era para ter sido realizado no dia 3 de setembro, mas foi adiado, a princípio, para o dia 8 de setembro. A mudança ocorreu porque a delegação venezuelana está em viagem pela China.
Entenda o caso
A atual crise culminou com o fechamento da fronteira entre os dois países no dia 20 de agosto - que, inicialmente, deveria permanecer nessa situação por apenas 72 horas. Porém, o chefe de Estado venezuelano mudou de ideia no dia seguinte e determinou que o acesso terrestre ficasse fechado por tempo indeterminado.
A medida foi tomada porque três soldados da Venezuela ficaram gravemente feridos enquanto participavam de uma ação para combater o tráfico de drogas em San Antonio del Táchira. De acordo com o governo, eles foram vítimas de uma "emboscada" de venezuelanos e colombianos envolvidos com o narcotráfico.
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