Primeiro-ministro da Turquia anuncia sua renúncia
Decisão de Ahmet Davutoglu tem a ver com crise com o presidente Erdogan
Internacional|Da Ansa
O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, anunciou sua renúncia ao cargo e à presidência do AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento, na sigla em turco) nesta quinta-feira (5).
Segundo fontes ligadas ao governo, a saída de Davutoglu teria sido causada por uma mudança decidida pela sigla. Nos últimos dias, o premiê perdeu o direito de nomear os líderes das províncias turcas, em decisão que ficou para o AKP.
Alguns interlocutores afirmam que a medida foi uma imposição do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, que perdeu a confiança na "lealdade" de Davutoglu em questões sobre o governo em si, que tenta alterar o sistema de parlamentarismo para presidencialismo, os direitos civis e o diálogo com os grupos rebeldes curdos.
Em seu discurso de despedida, durante uma convenção do partido, o chefe do governo anunciou ainda que não vai mais se candidatar a algum cargo no Congresso, mas que permanecerá no partido.
— O nosso relacionamento de lealdade com o presidente continuará. Não vivo essa decisão como um fracasso ou como uma decepção.
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O premiê estava no cargo desde 2014 para substituir o próprio Erdogan, que foi eleito presidente naquele ano. Apesar da turbulência política vivida em 2015, seu partido, o AKP, conseguiu retomar a maioria do Parlamento nas eleições de novembro do ano passado — com a consequente renomeação do premiê.
Um conselheiro de Erdogan falou à mídia local nesta quinta que o presidente descarta convocar novas eleições por causa da renúncia, mas especialistas apontam que uma nova ida às urnas pode ser concretizada entre os meses de setembro e novembro deste ano.
O presidente fez apenas um comentário sobre a saída de Davutoglu e afirmou apenas que essa "foi uma decisão do primeiro-ministro".
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