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Protestos contra militares no Sudão geram confrontos em Cartum

EUA e União Europeia pedem que a Junta Militar que comanda o país não indique o próximo primeiro-ministro

Internacional|

Moradores de Cartum protestaram contra um possível governo militar no Sudão
Moradores de Cartum protestaram contra um possível governo militar no Sudão Moradores de Cartum protestaram contra um possível governo militar no Sudão

Milhares de sudaneses protestaram nesta terça-feira (4) contra os militares em Cartum e em outras cidades do Sudão, dois dias após a renúncia do primeiro-ministro civil Abdullah Hamdok.

Policiais, soldados e paramilitares dispararam gás lacrimogêneo contra os civis concentrados em frente ao palácio presidencial na capital, segundo testemunhas.

Os manifestantes gritavam "Não, não ao governo militar!" e pediam a queda da Junta liderada pelo general Abdel Fatah al Burhan, que conduziu o golpe de 25 de outubro.

As ruas de acesso ao quartel-general foram fechadas, em meio a um imponente dispositivo de segurança.

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Dezenas de manifestantes também se reuniram na cidade vizinha de Omdurmã, bloqueando ruas com paralelepípedos e tijolos.

Golpe e violência

Ativistas pró-democracia intensificaram os pedidos de manifestações depois que o então primeiro-ministro Abdullah Hamdok e seus ministros foram detidos, no fim de outubro de 2021.

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O golpe gerou manifestações massivas e uma repressão violenta que já deixou pelo menos 57 mortos e centenas de feridos, segundo o sindicato dos médicos.

Pelo menos 13 mulheres relataram estupro durante os distúrbios, de acordo com relatórios da ONU.

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Em 21 de novembro, Burhan restabeleceu Hamdok no poder depois de chegar a um acordo no qual prometia convocar eleições em meados de 2023. O movimento de protesto considerou a medida uma "traição" e manteve a pressão nas ruas.

Apesar da repressão mortal e da pressão popular, a revolta contra o general Omar al Bashir, deposto em 2019 pelo exército, voltou-se contra os próprios militares após o golpe.

Nesta terça-feira, os ativistas instaram os manifestantes a tomarem as ruas rumo ao palácio presidencial "até obterem a vitória".

A renúncia de Hamdok trouxe temores de um possível retorno à ditadura.

No entanto, as potências ocidentais ainda acreditam na transição democrática que começou em 2019, segundo indicaram nesta terça-feira.

Os Estados Unidos, a União Europeia, o Reino Unido e a Noruega alertaram o exército, pedindo que se abstenha de nomear um primeiro-ministro por conta própria após a renúncia do líder civil.

Em declaração conjunta, disseram que "não apoiarão um primeiro-ministro ou um governo nomeado sem o envolvimento de uma ampla base de civis".

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