O Ministério Público da Guatemala informou que as forças de segurança do país detiveram, nesta sexta-feira (3), quatro médicos acusados de tráfico de órgãos depois de operar uma pessoa e remover um rim sem consentimento.
Os quatro médicos estão "vinculados com a extração ilegal de um rim de um paciente ao qual deram outro diagnóstico para justificar a intervenção", disse aos jornalistas o porta-voz do Ministério Público, Moisés Ortiz.
Em um primeiro pronunciamento, o órgão havia anunciado a detenção de três "médicos de profissão". Posteriormente, informou a prisão de um quarto profissional em uma zona popular da periferia sul da capital.
Os quatro médicos foram levados a um tribunal da capital para comparecer a uma audiência de custódia com um juiz, que apresentará os motivos da detenção. Ortiz detalhou que o quarteto foi detido pelo suposto crime de disposição ilegal de órgãos ou tecidos humanos.
O porta-voz não detalhou em qual clínica o órgão foi extraído nem o mal que acometia a vítima, que apresentou a denúncia em maio de 2022.
"A extração [do órgão] foi realizada na Cidade da Guatemala", mas, devido à "fase do processo em que nos encontramos, não é possível oferecer mais detalhes", disse Ortiz à AFP. Assim que "as investigações avançarem, mais informações serão apresentadas", acrescentou.
A investigação – que incluiu incursões, inspeções, buscas e apreensões de provas, bem como declarações testemunhais, extrações forenses e evidências científicas – determinou a possível responsabilidade dos médicos nesta operação ilegal, assinalou Ortiz.
Por ora, não se sabe se é o único caso em que os médicos estariam envolvidos ou se eles fazem parte de uma rede dedicada ao tráfico internacional de órgãos.