Quatro soldados do Azerbaijão morrem em novo confronto na fronteira com a Armênia
Azeris garantem que conseguiram repelir ataque
Internacional|Do R7
Combates entre os Exércitos do Azerbaijão e da Armênia na fronteira entre os dois países deixaram quatro soldados azeris mortos neste sábado, o que elevou para 13 o número de mortes entre os militares desse país em incidentes desse tipo nas últimas 48 horas. Segundo o Ministério da Defesa do Azerbaijão, o enfrentamento aconteceu no território separatista de Nagorno Karabakh, cuja soberania é reivindicada pelos dois países desde 1988.
Assim como aconteceu no dia 31 de julho, o combate explodiu quando um destacamento armênio efetuou uma incursão na linha de contato entre ambas as partes, segundo a versão do Azerbaijão. Apesar de o governo armênio não ter informado sobre o incidente, os azeris garantem que conseguiram repelir o ataque. Os oito soldados mortos em 31 de julho são a maior baixa sofrida em um único dia pelas tropas azeris desde que foi declarado um cessar-fogo em maio de 1994, que é supervisionado desde então pela OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), comentou para a Agência Efe o especialista militar, Dzhasura Sumerinli.
Sobre o incidente, os Estados Unidos pediram que ambas as partes "reduzissem imediatamente a tensão e respeitassem o regime de cessar-fogo" na fronteira. Além disso, exigiram que os dois países aceitassem a proposta de diálogo da OSCE para chegar a uma resolução pacífica para o conflito. Marie Harf, porta-voz do departamento de Estado dos Estados Unidos, comentou o andamento de pacificação.
— As ações de vingança e a continuação da violência complicarão ainda mais a resolução pacífica do conflito. Não existe uma solução militar.
Diariamente, os franco-atiradores posicionados em ambos os lados da fronteira disparam contra alvos em território inimigo, o que custa a vida de um número indeterminado de soldados todos os anos. Os países se acusam mutuamente de violação do regime de cessar-fogo em Nagorno Karabakh, um território pertencente ao Azerbaijão, mas com população de maioria armênia e cujas autoridades proclamaram a independência. O conflito entre os dois países vizinhos do Cáucaso Sul se remete aos tempos da antiga União Soviética, quando o território azeri de Nagorno Karabakh pediu sua incorporação à vizinha Armênia, o que resultou em uma sangrenta guerra que causou cerca de 25 mil mortes. As tropas de Nagorno Karabakh e da Armênia ocupam todo o território e outros sete distritos, que se juntaram aos armênios e criaram uma "faixa de segurança" que representa um terço do território do Azerbaijão.