Rebeldes do Cáucaso russo negam envolvimento em atentado à Maratona de Boston
"Só combatemos os russos", diz grupo separatista por meio de comunicado
Internacional|Do R7
Os rebeldes do Cáucaso negaram neste domingo (21) qualquer envolvimento no atentado em Boston da segunda-feira passada, pelo qual foram acusados dois irmãos de origem tchetchena residentes nos Estados Unidos.
"O comando de Vilayat Dagestan Mujahedin declara que os combatentes do Cáucaso não executam nenhuma ação militar contra os Estados Unidos. Só combatemos a Rússia", afirma um comunicado oficial publicado no site Kavkacenter.com.
"Apenas combatemos a Rússia, que não apenas é responsável pela ocupação do Cáucaso, mas também por crimes monstruosos contra os muçulmanos", afirma o grupo rebelde, que se autointitula "Emirado do Cáucaso".
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Esse grupo separatista islâmico busca a independência total para algumas repúblicas que fazem parte da federação russa, como Daguestão, Tchetchênia, Ossétia do Norte, Inguchétia, Kabardino-Balcária, Adygea, Karachay-Cherkessia, dentre outras. A luta ocorre desde o fim do desmantelamento da União Soviética, em 1991.
Agentes do FBI devem focar suas investigações — sobretudo o aguardado interrogatório com o suspeito Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, que permanece hospitalizado — em uma viagem de seis meses à Rússia feita por Tamerlan Tsarnaev, morto na sexta-feira (19) e também suspeito de planejar e executar o atentado à Maratona de Boston.
Segundo a imprensa americana, o FBI está investigando os possíveis vínculos entre os dois suspeitos e o movimento do Cáucaso, liderado pelo "senhor da guerra" Doku Umarov, que se autointitula "emir do Emirado do Cáucaso".
As autoridades americanas estão interessadas em particular no Vilayat Dagestan, um braço do grupo de Umarov que age no Daguestão, república vizinha à Tchetchênia com uma grande comunidade tchetchena.
Também é uma das regiões mais violentas da Rússia desde o fim das duas guerras travadas entre russos e tchetchenos após o colapso da União Soviética — a primeira entre 1994 e 1996, e a segunda entre 1999 e 2000.
As autoridades russas também informaram que estão investigando eventuais vínculos dos dois irmãos com os rebeldes, mas até o momento não encontraram nenhuma prova.
"No momento, não temos nenhuma informação confiável sobre o envolvimento dos irmãos Tsarnaev com o movimento do Emirado do Cáucaso", afirmou uma fonte dos serviços de segurança, que pediu anonimato, à agência Interfax.
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