Rebeldes ucranianos realizam eleições e aumentam clima de tensão entre Rússia e Ucrânia
Votações acontecem neste domingo nas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk
Internacional|Do R7
As autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, terão eleições locais neste domingo (2). A votação será mais um momento de tensão entre Rússia e Ucrânia, que estão em crise desde a anexação da Crimeia ao território russo.
As eleições presidenciais e legislativas das regiões não são reconhecidas pela Ucrânia. O presidente Petro Poroshenko advertiu na terça-feira (28) que as votações são ilegais e prejudicarão o processo de paz aberto com as regiões rebeldes.
"A posição do presidente a respeito das 'pseudoeleições' que os terroristas vão realizar e que nunca serão reconhecidas pelo mundo civilizado, anunciadas pelas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, é que colocam todo o processo de paz em risco", declarou o porta-voz de Poroshenko, Sviatoslav Tsegolko, em seu perfil no Facebook.
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No dia 5 de setembro, foi assinado um cessar-fogo entre os rebeldes pró-Rússia e Kiev, o protocolo de Minsk, no qual foi estabelecida uma trégua nos combates que causaram cerca de 4.000 mortes desde abril e que seriam convocadas eleições locais para o dia 7 de dezembro nas duas regiões rebeldes, a fim de escolher seus órgãos de poder.
Os insurgentes responderam rejeitando essa alternativa e convocaram seu próprio pleito para o dia 2 de novembro, além de não participarem das eleições legislativas ucranianas, que foram realizadas no último domingo (26) em todo o país.
A tensão na região aumentou ainda mais quando a Rússia anunciou que reconhecerá os resultados das eleições de Donetsk e Lugansk.
"Esperamos que as eleições sejam realizadas como foi combinado e certamente reconheceremos seus resultados", declarou na terça-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
"A postura dos milicianos de realizar as eleições no dia 2 de novembro é legítima e corresponde plenamente as prazos contemplados nos acordos de Minsk", completava um texto divulgado pela Chancelaria na noite de quarta-feira (29).
Ele também disse que espera que "a manifestação da vontade seja livre e não haja tentativas de frustrá-la".
A Rússia e os autoproclamados dirigentes separatistas entendem que as eleições para escolher os Parlamentos regionais e seus líderes fazem parte dos acordos de Minsk para a regulação do conflito no leste.