Repórter especialista em narcotráfico no México é assassinado
Javier Valdez noticiava guerra das drogas no Estado de Sinaloa
Internacional|Da Ansa
Um dos jornalistas mexicanos mais empenhados em noticiar a guerra entre as diversas facções do narcotráfico que querem preencher o vácuo deixado pelo chefe criminoso Joaquín "El Chapo" Guzmán, do Cartel do Pacífico, no Estado de Sinaloa, foi assassinado na tarde desta segunda-feira (15) por um grupo desconhecido de homens armados.
Javier Valdez, fundador e repórter do jornal "Rio Doce" e correspondente da publicação "La Jornada", foi interceptado por um grupo de homens em um veículo quando estava chegando na redação do seu jornal de carro no centro de Culiacán, capital de Sinaloa. Os homens então realizaram vários disparos contra o jornalista, que acabou morrendo na hora, em plena luz do dia.
Valdez era muito conhecido e admirado pelo seu trabalho e chegou a vencer uma série de prêmios no México e fora do país, como o norte-americano Press Freedom Award, pelos seus livros investigativos e jornalísticos sobre o narcotráfico na sua nação.
Os cartéis de drogas mexicanos que funcionam como multinacionais
De acordo com a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras, o mexicano foi o sexto jornalista a ser assassinado pelo crime organizado desde o início do ano.
Além disso, ainda de acordo com a ONG, o México é o terceiro país mais perigoso para esses profissionais, só sendo superado por Síria e Afeganistão e, desde 2000, 105 jornalistas foram mortos no país.
Desde o começo do ano, o estado de Sinaloa já registrou mais de 600 mortes, sendo que só em maio o número é de 77 e que elas estão relacionadas principalmente com ao narcotráfico e ao feminicídio.