Rússia chora pelas centenas de vítimas mortas em acidente aéreo no Egito
Airbus A321 caiu no sábado (31) matando todas as 224 pessoas a bordo
Internacional|Do R7
Em luto, russos empilharam flores no Aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, neste domingo (1º), lamentando a morte de mais de 200 compatriotas no Egito enquanto voavam de volta ao seu país de origem, e também espalharam velas que formaram a inscrição 7K-9268 — o voo em que estavam.
O Airbus A321 caiu em uma área montanhosa no Monte Sinai no sábado (31), e levava de volta a São Petersburgo turistas que usufruíam da cidade turística de Sharm el-Sheikh às margens do Mar Vermelho, matando todas as 224 pessoas a bordo.
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O presidente Vladimir Putin declarou o domingo dia nacional de luto pelas vítimas do mais recente de uma série de desastres que abateram a indústria da aviação russa.
"A colega de sala de minha esposa morreu no acidente aéreo. Ela estava voando pela primeira vez e não vou voltou", disse o morador de São Petersburgo Yury à TV Reuters, que também prestava suas homenagens no memorial improvisado no Aeroporto de Pulkovo. "É um pesadelo para todo o país. Isso mexe com todo mundo. Era nosso dever vir aqui."
As partidas de futebol na Rússia começaram com um minuto de silêncio e os nomes dos passageiros mortos (214 russos, estima-se) foram mostrados ao longo de todo o dia na TV estatal.
Eventos em tributo às vitimas foram realizados em todo o país, com as bandeiras a meio mastro. Velas formando o número do voo foram colocadas nas escadas da Catedral de Cristo Salvador em Moscou.
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"É realmente uma catástrofe", disse a moradora de Moscou Tatyana. "Eu espero que Deus aceite todos aqueles que estavam no avião pelo sofrimento que tiveram."
O presidente da China Xi Jinpiang, o papa Francisco e o secretário de Estado norte-americano John Kerry expressaram suas condolências após o acidente aéreo, bem como vários outros líderes mundiais.
A Rússia e outras ex-repúblicas soviéticas não têm registro favorável de segurança aérea, especialmente em voos doméstcios. Alguns acidentes foram causados pelo uso de aeronaves defasadas, mas especialistas na área culpam outros problemas, como má formação da tripulação e negligência do governo no controle aéreo.
Jato russo partiu no ar
O avião russo que caiu na Península do Sinai, no Egito, partiu no ar, disse neste domingo uma autoridade de uma agência de aviação baseada em Moscou após visitar o local da queda, mas destacou que ainda é cedo demais para concluir algo a partir disso.
Autoridades russas também ordenaram que a companhia aérea Kogalymavia, operadora do Airbus A321, a não colocar em uso seus jatos do mesmo modelo até que as causas do incidente sejam conhecidas.
O jato, que a Kogalymavia voava usando o nome Metrojet, carregava turistas do resort de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, a São Petersburgo, quando caiu em uma área montanhosa no centro do Sinai pouco depois de perder contato via radar.
"A destruição aconteceu no ar e fragmentos se espalharam ao longo de uma grande área de cerca de 20 km2", disse o diretor do Comitê Intergovernamental de Aviação, Viktor Sorochenko. "(Mas) ainda é cedo demais para falar sobre conclusões", disse ele na televisão russa no Cairo.
O comitê baseado em Moscou representa os governos da Comunidade dos Estados Independentes, que inclui a Rússia e outras ex-repúblicas soviéticas.
Analistas egípcios omeçaram a examinar o conteúdo de duas "caixas pretas" recuperadas do jato, mas o processo, segundo uma fonte da aviação civil, pode demorar dias. No entanto, o ministro de Transportes da Rússia, Maxim Sokolov, disse ao canal de televisão Rússia 24 que o trabalho ainda não começou.
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