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Seis ONGs suspendem atividades no Afeganistão após serem proibidas de empregar mulheres

Segundo a ONU, mais da metade dos 38 milhões de habitantes do país precisa de assistência urgente neste inverno

Internacional|

ONGS param de atuar no Afeganistão após serem proibidas de empregar mulheres
ONGS param de atuar no Afeganistão após serem proibidas de empregar mulheres ONGS param de atuar no Afeganistão após serem proibidas de empregar mulheres

Duas novas ONGs, Christian Aid e ActionAid, anunciaram nesta segunda-feira (26) que vão suspender suas atividades no Afeganistão depois que o Talibã proibiu o trabalho humanitário de mulheres, elevando para seis o número de organizações a fazer tal anúncio.

"A ActionAid tomou a difícil decisão de interromper, temporariamente, a maior parte dos seus programas no Afeganistão" até que a situação se esclareça, informou a ONG em um comunicado.

A ActionAid espera poder reverter esta medida "o mais rápido possível", disse a ONG, lamentando a "gradativa erosão" dos direitos das mulheres no país.

A organização, que emprega 97 mulheres no Afeganistão, denunciou as "consequências devastadoras" da decisão dos fundamentalistas islâmicos.

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"As mulheres são essenciais para qualquer operação de ajuda humanitária", especialmente no Afeganistão, onde "apenas as mulheres podem interagir com outras mulheres".

De acordo com as Nações Unidas e com agências de ajuda humanitária, mais da metade dos 38 milhões de habitantes do país precisa de assistência urgente durante o rigoroso inverno.

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A Christian Aid declarou, por sua vez, que procura "obter esclarecimentos" sobre o anúncio dos talibãs e "exorta as autoridades a reverterem esta proibição", disse o diretor da ONG para esta região do mundo, Ray Hasan, em um comunicado.

Enquanto isso, "infelizmente, estamos interrompendo o trabalho dos nossos programas", informou.

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"Proibir as mulheres do trabalho humanitário reduzirá nossa capacidade de ajudar o crescente número de pessoas necessitadas e aumentará o risco de agravar a terrível crise humanitária que mulheres e meninas enfrentam", denunciou.

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"Além disso, esta decisão vai perturbar, profundamente, as famílias que dependem da renda das trabalhadoras humanitárias no contexto da grave crise econômica que afeta o Afeganistão", completou.

O funcionário da Christian Aid advertiu que "milhões de pessoas estão à beira da fome" no país, a tal ponto que muitas famílias "desesperadas foram obrigadas a vender seus filhos para comprar comida".

No domingo (25), as ONGs Save the Children, Conselho Norueguês para os Refugiados e CARE International anunciaram, em conjunto, a suspensão de suas atividades. Pouco depois, o Comitê Internacional de Resgate (IRC) se somou a elas.

No sábado (24), o Ministério afegão da Economia ordenou que todas as organizações não governamentais parem de empregar mulheres, sob risco de ter sua licença operacional suspensa. Não foi esclarecido se a nova norma incluía funcionárias estrangeiras das ONGs.

O Ministério explicou que tomou a decisão após receber "sérias reclamações" sobre o descumprimento do uso do "hijab islâmico" imposto no país.

Há menos de uma semana, os talibãs proibiram as mulheres de frequentar universidades públicas e privadas, pelos mesmos motivos. Antes disso, as adolescentes já haviam sido impedidas de frequentar o ensino médio.

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