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Sindicatos e ONGs marcham para pedir esclarecimento do caso Nisman

Manifestantes exigem a abertura "imediata" de todos os arquivos secretos do caso Amia

Internacional|

A manifestação foi convocada pela CTA, opositora ao governo de Cristina Kirchne
A manifestação foi convocada pela CTA, opositora ao governo de Cristina Kirchne A manifestação foi convocada pela CTA, opositora ao governo de Cristina Kirchne

Milhares de integrantes da CTA (Central de Trabalhadores Argentinos) e de organizações humanitárias marcharam nesta quarta-feira (4) em Buenos Aires para reivindicar o esclarecimento da morte do promotor Alberto Nisman.

"Basta de impunidade! Pelo esclarecimento da morte de Nisman e do massacre da Amia, por uma comissão investigadora independente e a abertura dos arquivos secretos e pela dissolução efetiva da Secretaria de Inteligência", foi a palavra de ordem da manifestação, que começou no Congresso e terminou na Praça de Maio, em frente à sede do Executivo argentino.

A manifestação foi convocada pela CTA, opositora ao governo de Cristina Kirchner e que agrupa majoritariamente sindicatos de trabalhadores estatais, com o apoio de organizações sociais, entre elas o Agrupamento pelo Esclarecimento do Massacre da Amia, a associação mutual israelita cuja explosão em 1994 deixou 85 mortos.

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Nisman, que investigava esse atentado, morreu com um tiro na cabeça em estranhas circunstâncias em sua casa no dia 18 de janeiro, quatro dias após ter apresentado uma denúncia contra a presidente e o chanceler Héctor Timerman, por supostamente orquestrar um plano para encobrir os iranianos suspeitos desse ato terrorista.

No final da marcha, os manifestantes leram um documento conjunto no qual reivindicaram, entre outros pontos, a abertura "imediata" de todos os arquivos secretos do caso Amia e a criação de uma comissão investigadora independente "para analisá-lo, alcançar a verdade e impulsionar o julgamento e castigo para todos os culpados".

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"Há uma total e absoluta impunidade jurídica. A isto se soma a morte do promotor Nisman. É preciso investigar para determinar o que aconteceu", disse à Agência Efe o prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel, presente na passeata.

Por sua vez, a presidente do Agrupamento pelo Esclarecimento do Massacre Impune da Amia, Laura Ginsberg, qualificou a morte de Nisman como "um crime político" que "demonstrou outra vez a impunidade e a falta da verdade".

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"Exigimos a abertura dos arquivos secretos que o governo argentino segue ocultando, para que sejam entregues a uma comissão investigadora", acrescentou Ginsberg. Também hoje os blocos de oposição parlamentar decidiram convocar para a próxima quarta-feira uma audiência pública no Congresso para tratar o caso Nisman e a denúncia do promotor contra a presidente.

Os parlamentares concordaram ainda em redigir um compromisso de trabalho conjunto em reivindicação do esclarecimento do caso Nisman para que seja assinado por todas as forças políticas com representação no Congresso.

Além disso, decidiram solicitar uma audiência na Corte Suprema de Justiça para "transmitir a necessidade que arbitre os meios que garantam o trabalho independente de juízes e promotores na investigação da morte de Nisman, assim como na denúncia do promotor no caso Amia", disseram os blocos opositores em comunicado.

Em relação à causa aberta pela morte de Nisman, uma das novidades de hoje foi a decisão da promotora do caso, Viviana Fein, de suspender as férias que planejava tirar durante o processo, após ter recebido uma inundação de críticas.

A outra novidade foi o depoimento que a ex-esposa do promotor, a juíza Sandra Arroyo Salgado, prestou hoje ao juiz federal Luis Rodríguez, a cargo de um processo por ameaças contra Nisman que data de 2012.

Arroyo Salgado declarou ter recebido uma cópia da revista Noticias, na qual se falava de seu ex-marido, onde em uma das fotos Nisman aparece com um estranho círculo a seu redor.

Por sua vez, a defesa do único acusado na causa pela morte de Nisman pediu hoje que a Justiça convoque para depor como testemunha a presidente Cristina Kirchner.

O advogado de Diego Lagomarsino, o técnico em informática que emprestou a Nisman a pistola que acabou com sua vida, solicitou também citações para o secretário-geral da presidência, Aníbal Fernández, e o deputado provincial Marcelo Saín, segundo fontes judiciais citadas pela imprensa local.

Por outra parte, após vários dias sem juiz para a causa pela denúncia de Nisman contra a presidente, a Câmara Criminal e Correcional Federal decidiu que o caso fique aos cuidados do magistrado Daniel Rafecas.

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