Tropas russas entram em base aérea ucraniana na Crimeia
Internacional|Do R7
BASE AÉREA BELBEK, Crimeia, 22 Mar (Reuters) - Tropas russas forçaram a entrada em uma base aérea ucraniana na Crimeia com veículos blindados, fuzis automáticos e granadas, neste sábado, deixando um ucraniano ferido e detendo o comandante da base para negociações.
Um repórter da Reuters disse que veículos blindados destruíram uma das paredes da base aérea e que ouviu tiros e explosões de granadas.
O coronel Yuliy Mamchur, chefe da base, disse que seria levado pelas forças russas para negociações em um local não especificado e que um ucraniano tinha sido ferido.
Perguntado se achava que iria retornar com segurança das negociações, ele disse: "Vamos esperar para ver. Por agora, estamos concentrando todas as nossas armas no armazenamento da base".
A base era uma das últimas instalações militares na Crimeia ainda sob o controle da Ucrânia, depois que a Rússia tomou e posteriormente anexou a península, que tem uma população étnica russa, em sua maioria, e é o lar de uma das maiores bases navais da Rússia.
Mais cedo, o vice-comandante da base, Oleg Podovalov, disse que as forças russas que cercam a base tinha dado aos ucranianos uma hora para se render.
Depois que os russos entraram, um oficial ucraniano que se identificou apenas como Vladislav disse: "Nós não provocamos isso, esta foi à força bruta. Eu não sei se essa base estará formalmente nas mãos dos russos até o final do dia".
Mamchur, o comandante, disse às suas tropas que iria informar o alto comando que eles se mantiveram firmes. Os soldados aplaudiram, gritando "Viva a Ucrânia!"
Muitos se levantaram para tirar fotos uns dos outros na frente da bandeira ucraniana.
A tomada russa da Crimeia ocorreu em grande parte sem derramamento de sangue, embora um soldado ucraniano tenha sido morto e dois outros terem ficado feridos em um tiroteio em Simferopol no início desta semana.
O Ministério da Defesa da Ucrânia disse na sexta-feira que as bases da Crimeia ainda estavam formalmente sob o controle da Ucrânia, mas a maioria está agora ocupada pelas tropas russas.
(Reportagem de Aleksandar Vasovic, Gabriela Baczynska e Alessanda Prentice)