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Visita de Angela Merkel é fundamental para o futuro das relações entre Brasil e Alemanha

Chanceler traz legitimidade ao governo e benefícios comerciais ao País, dizem especialistas

Internacional|Marta Santos, do R7

Encontro de Dilma e Merkel traz grande visibilidade tanto para a agenda Brasil-Alemanha, como também para as duas governantes
Encontro de Dilma e Merkel traz grande visibilidade tanto para a agenda Brasil-Alemanha, como também para as duas governantes Encontro de Dilma e Merkel traz grande visibilidade tanto para a agenda Brasil-Alemanha, como também para as duas governantes

A visita da chanceler alemã, Angela Merkel, ao Brasil entre esta quarta e quinta-feira (19 e 20) é vista por especialistas como uma oportunidade para a presidente Dilma Rousseff ganhar certa legitimidade doméstica, diante dos protestos que ocorreram no último domingo (16). Apesar de breve, a visita também será fundamental para o futuro das relações comerciais e políticas entre os dois países.

O encontro de Dilma e Merkel traz grande visibilidade tanto para a agenda Brasil-Alemanha, como também para as duas governantes, explica o professor de relações internacionais e pesquisador da FGV (Fundação Getulio Vargas) Bruno Theodoro Luciano.

— A aproximação do Brasil a um país tradicional como a Alemanha pode acrescer alguma legitimidade ao governo de Rousseff perante sua oposição política doméstica. Da mesma forma, Merkel reforça sua liderança ao se relacionar com atores emergentes, em um momento em que a liderança alemã na União Europeia e na zona do euro tem sofrido ataques, dentro e fora da Alemanha.

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Alemanha ressalta a importância da visita de Merkel e afirma que os "assuntos internos" não são destaque

Carlos Gustavo Poggio Teixeira, vice-coordenador do curso de relações internacionais da PUC-SP, concorda que a chegada de Merkel será favorável ao governo.

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— A visita se reveste de uma importância especial para o governo Dilma Rousseff, no sentido de tentar promover uma agenda positiva. Brasil e Alemanha vivem momentos bastante distintos do ponto de vista político e econômico. A Alemanha, que já é uma economia altamente desenvolvida, tem apresentado crescimento econômico ao mesmo tempo em que o Brasil, uma economia em desenvolvimento, encontra-se em recessão. Além disso, Dilma está em uma situação política bastante delicada, para dizer o mínimo, ao passo que Merkel está em uma posição muito mais robusta domesticamente.

Parceria comercial

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Apesar do momento de crise vivido pelo governo Dilma, a expectativa para o encontro é positiva, já que a Alemanha tem posicionado o Brasil como um de seus sócios estratégicos nos últimos anos, ressalta Luciano.

— De modo geral, o governo alemão tem observado atentamente o que se passa no Brasil nos últimos meses, porém tem apresentado uma posição mais otimista com relação ao futuro do Brasil do que as percepções observadas hoje no País.

Alemanha é o 4º maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas de EUA, China e Argentina. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o comércio entre os dois países chegou a R$ 71,62 bilhões (US$ 20,47 bilhões) em 2014. Número que pode crescer ainda mais no futuro, afirma José Maria de Souza Júnior, professor de relações internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco.

— As empresas alemãs são responsáveis por 250 mil empregos no Brasil, são mais ou menos 1.500 empresas e 10% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial do País, por isso, a importância da visita é a médio e longo prazo.

A parceria não é favorável apenas para o Brasil, mas também para o lado alemão.

— As empresas remetem lucro para suas matrizes na Alemanha e, de certa forma, também é uma presença alemã na América Latina. Então, o Brasil também não deixa de ser importante para a Alemanha, inclusive no comércio de commodities agrícolas e agropecuária.

Luciano completa dizendo que a Alemanha vê o Brasil como um destacado parceiro político e econômico.

— Nas últimas décadas, a Alemanha reunificada procurou voltar a se posicionar como um ator relevante nas relações internacionais. Nesse sentido, relacionar-se com outros países que emergem como o Brasil é fundamental. Em diversos temas globais, a Alemanha e o Brasil têm alcançado grande nível de convergência. O exemplo mais marcado disso é a proposta compartilhada dos dois países de buscarem um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Por outro lado, o professor Teixeira afirma que Brasil e América Latina não são prioridades para os alemães, que estão muito mais preocupados com Europa, Rússia e EUA.

— Do ponto de vista político existe mais proximidade, mas os laços permanecem fracos. Merkel chegou a adiar sua visita ao Brasil para se concentrar nas questões da crise grega, o que demonstra quais suas prioridades.

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