Após tentativa de novo adiamento, dois réus da Chacina de Unaí são julgados em BH
Norberto Mânica e José Alberto de Castro estão sendo julgados na Justiça Federal
Minas Gerais|Do R7 com Record Minas
Teve início por volta de 9h desta terça-feira (27), na Justiça Federal em Belo Horizonte, o julgamento de Norberto Mânica e José Alberto de Castro, acusados de matar quatro servidores do Ministério do Trabalho no crime que ficou conhecido como "Chacina de Unaí". O júri estava previsto para acontecer na semana passada, mas foi adiado porque a defesa dos réus alegou desconhecer algumas provas anexadas ao processo pelo MP (Ministério Público).
Nesta terça-feira, os advogados de Mânica tentaram mais uma vez adiar a sessão, mas o pedido foi negado. Eles alegaram que há recursos do réu em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal) que ainda não foram julgados. Além disso, a defesa tentou desqualificar uma das provas incluídas pelo MP, que consiste em uma delação premiada do réu Hugo Alves Pimenta.
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Na semana passada, ao decidir pelo adiamento do julgamento, o juiz Murilo Fernandes convocou alguns defensores públicos para garantir que, caso os advogados dos réus abandonassem o júri ou tentassem nova manobra jurídica nesta terça-feira, isso não inviabilizasse o prosseguimento da sessão.
Além dos dois acusados que estão sendo julgados nesta terça, será julgado no dia 4 de novembro o ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica. Ele e o irmão Norberto são apontados como os mandantes do crime. No entanto, devido a várias manobras jurídicas, eles nunca foram levados a julgamento. Já no dia 11 do mesmo mês, Hugo Alves Pimenta, cujo processo foi desmembrado, sentará no banco dos réus.
Relembre o caso
Em 28 de janeiro de 2004, os três fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros em uma emboscada em uma estrada de terra, próxima de Unaí, na região Noroeste do Estado. Na ocasião, as vítimas faziam visitas de rotina a propriedades rurais.
O carro do Ministério do Trabalho foi cercado por homens armados, que mataram os fiscais à queima-roupa, ainda atados aos cintos de segurança. A fiscalização visitava a região devido à denúncias sobre trabalho escravo.
Apenas nove anos depois, o caso começou a ser julgado, em razão, principalmente, dos recursos interpostos por alguns dos acusados. No entanto, nenhum dos mandantes ainda foi julgado pelo crime.