Graças à uma parceria entre a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Divinópolis, no centro-oeste do Estado, e a Polícia Militar, crianças como Rawdson Dias Nogueira, de cinco anos, portador de autismo, ganharam uma força a mais para driblar as barreiras impostas pela doença. O reforço veio por meio da cadela Jade, da raça Labrador. Peluda, carinhosa e adestrada, Jade conquistou o coração dos alunos da instituição e despertou a sensibilidade nos pequenos, que costumam apresentar dificuldades de interação.
A mãe de Rawdson, Cathelin Nogueira, de 25 anos, ficou surpresa com os efeitos que apenas uma sessão ao lado da cadela surtiram no tratamento do filho. Segundo ela, a presença do animal em conjunto com a atenção dada pelos profissionais ajudou o filho a se soltar.
— Eu tenho um cachorro em casa, mas só agora, depois da Jade, que ele está chegando perto. O autista não tem muito foco e acaba que o cachorro chama atenção, eles tocam, eles acostumam.
A terapeuta ocupacional da Apae, Maria da Glória Mendes, explica que o contato com o animal é um trabalho alternativo feito junto às crianças que têm problemas de desenvolvimento. O objetivo é oferecer uma nova oportunidade para facilitar a socialização e integração dos alunos com a sociedade.
— Ela [a cadela Jade] é um instrumento para ajudar a criança a realizar as atividades propostas. Então quando ela corria, eles queriam correr atrás. Além disso, desperta no aluno a compreensão da necessidade de cuidar. Eles colocavam arquinhos nela, por exemplo.
A profissional relata ainda que, embora assustados no início da terapia, rapidamente os meninos se aproximaram e chegaram a abraçar a cachorra. Dócil, as atividades de Jade foram sempre acompanhadas de perto por um militar.
—Acho que se for um trabalho contínuo, e a proposta é mesmo que seja toda semana, vamos colher bons frutos.