Cidade turística de MG quer acabar com passeios de charrete após cavalo morrer de cansaço
Animal teria sofrido um enfarte depois de passar por "forte estresse"
Minas Gerais|Márcia Costanti, do R7 MG

Moradores da cidade turística de São Lourenço, no sul do Estado, estão revoltados depois que um cavalo morreu na av. Dom Pedro 2º, no centro do município, no último sábado (1º). O animal puxava uma das tradicionais charretes do lugar, utilizadas em passeios com grupos de turistas, e teria sofrido um enfarte por exaustão. Depois disso, a população vem divulgando um abaixo-assinado no Facebook para que as charretes sejam tiradas de circulação. Até o momento, o documento já tem cerca de 2.000 assinaturas.
O radialista José Luiz Mendes, presidente da Gaia, organização de defesa ao meio ambiente e aos animais, explica que extinguir os passeios de charrete não seria a melhor alternativa para a cidade “porque as pessoas precisam trabalhar”.
No entanto, ele ressalta que a organização vai lutar para que a Lei Municipal que protege os animais que trabalham no setor seja cumprida. A legislação estipula que os cavalos “deverão ser mantidos limpos, saudáveis e bem tratados, com respectivos atestados de vacinação em dia e passar por exames semestrais.”.
— O cavalo trabalhou muito, sofreu um grande estresse, aí não tem jeito, ele trava e morre mesmo. Por isso, vamos entrar na câmera de vereadores para que eles exijam que a prefeitura faça a fiscalização correta.
Outros pontos do documento definem ainda que os animais só poderão trabalhar até seis horas e que o limite de pessoas na charrete deve ser respeitado para não sobrecarregar o cavalo. Mas Mendes denuncia que esta regra não é cumprida.
— A gente vê sempre charretes que cabem seis ou oito pessoas e têm 13 ou 14. O turista também tem culpa, porque invade a charrete com a família inteira ou quer ir em uma só para economizar.
Foi aberto um inquérito policial para apurar o caso, que será acompanhado de perto pela administração municipal. Em nota, a Prefeitura de São Lourenço lamentou o fato e informou que abriu uma sindicância para apurar quem foram os responsáveis pela morte do cavalo. Caso as investigações apontem que o charreteiro cometeu maus-tratos contra o animal, ele perderá o direito a conduzir o veículo de tração.















