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Comissão da Verdade identifica casa da tortura em Belo Horizonte

Imóvel no Renascença foi usado por militares para violentar ao menos três presas

Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7

Conjunto de prédios foi erguido no lugar de casa que serviu como prisão ilegal em 1969
Conjunto de prédios foi erguido no lugar de casa que serviu como prisão ilegal em 1969 Conjunto de prédios foi erguido no lugar de casa que serviu como prisão ilegal em 1969

A CNV (Comissão Nacional da Verdade) apresentou, em audiência nesta segunda-feira (7), relatório preliminar com a lista de centros clandestinos de tortura durante a ditadura miltar (1964-1985) que funcionaram juntamente com delegacias e quartéis como locais de violações de presos. A pesquisa foi apresentada por Heloísa Starling, assessora da CNV. Os resultados fazem parte de estudos do Projeto República da UFMG.

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Em Belo Horizonte, foi detalhado o uso de uma casa no bairro Renascença, na região nordeste, no ano de 1969. O imóvel tem entrada pelas ruas Taquari, nº 508, e pela rua Borborema. Onde funcionava a casa de tortura existe hoje um conjunto de prédios residenciais.

Vítimas

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A Comissão Nacional da Verdade identificou três mulheres militantes da Ação Popular como vítimas de tortura na casa. Delsy Gonçalves de Paula e Maria do Rosário Cunha Peixoto sobreviveram às agressões, além de Laudelina Maria Carneiro, que não teve o paradeiro localizado pela CNV.

O relatório responsabiliza cinco militares por levar presos irregularmente para a casa. São o capitão do Exército Hilton Paula da Cunha Portela, e os policiais militares capitão Pedro Ivo dos Santos Vasconcelos, primeiro-tenente Antônio de Pádua Alves Ferreira, sargento Darcy Rodrigues e major Rubens. A casa no Renascença seria ligada ao 12º Regimento de Infantaria e à Secretaria de Segurança Pública de Minas.

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Depoimento de Delsy Gonçalves ao Conselho Estadual de Direitos Humanos, em 2002, aponta as agressões praticadas pelos cinco militares contra ela na noite de 15 de junho de 69. "...onde foi barbaramente espancada pelo capitão Pedro Ivo, capitão Portela, tenente Pádua, sargento Léo e pelo major Rubem. Após toda sua roupa ter sido violentamente arrancada, sofreu golpes de caratê no pescoço, estômago e rins; socos no rosto e pontapés".

Segundo Heloisa Starling, os centros clandestinos "obedeciam ao comando das Forças Armadas" e serviam para o "interrogatório de opositores políticos já condenados pela política de extermínio", impedir o acesso do preso à Justiça Militar e facilitar o desaparecimento dos corpos.

A Polícia Militar de Minas Gerais e o Exército não se pronunciaram sobre o relatório.

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